Medjugorje que significa "no meio dos montes", está localizada na Herzegovina, uma província croata da Bósnia e Herzegovina, uma das repúblicas que formaram a antiga Iugoslávia.

A população da Herzegovina é de etnia croata e professa a religião católica, que preservou por quase quatrocentos anos de dominação turca, que durou de 1400 até a segunda metade do século XIX.

Nossa Senhora Rainha da Paz de Medjugorje (Bósnia e Herzegovina)

Esta perseverança foi possível sobretudo graças aos franciscanos que evangelizaram essas terras e depois mantiveram viva a fé, ao preço das vidas de muitos frades, durante o governo dos turcos. Ainda hoje a maioria das paróquias são confiadas aos franciscanos.

Igreja de São Tiago (Medjugorje/Bósnia e Herzegovina)

O início das aparições

Em 24 de junho de 1981, no final da tarde, duas meninas primeiro, e depois quatro outros pares, do lado de fora da cidade de Bijakovici, uma das aldeias que compõem a aldeia de Medjugorje e que fica nas encostas da colina chamada Podbrdo, viram a figura luz de uma jovem mulher, com um manto cinza e um véu branco, que tinha um filho recém-nascido nos braços, mas permaneceu em silêncio.

Eles foram tomados por grande medo, tanto que no início eles fugiram.

Na ocasião da segunda aparição, em 25 de junho, houve o primeiro contato verbal entre a aparição e o grupo dos seis videntes: Vicka Ivankovic (16), Mirjana Dragicevic (16), Marija Pavlovic (16), Ivanka Ivankovic (15) , Ivan Dragicevic (16) e Jokov Colo (10).

As notícias das aparições se espalharam com rapidez de relâmpago, causaram a chegada de grandes multidões, lembrando também a atenção tanto das autoridades eclesiásticas locais quanto do governo comunista da época, que cercou a colina impedindo que alguém a acessasse.

Medjugorje, na Bósnia e Herzegovina

A partir daquele momento, os videntes continuaram a vê-la em lugares diferentes, sempre por causa do impedimento da polícia, tanto juntos quanto separadamente, mas sempre ao mesmo tempo.

Os lugares eram de tempos em tempos e por um certo período suas casas, uma pequena sala ao lado do altar da igreja, a casa canônica, etc.

Já nos primeiros dias das aparições, Nossa Senhora se apresentou como a Santíssima Virgem Maria e como a Rainha da Paz.

Ela também deu aos videntes essa mensagem fundamental: "Eu vim para dizer ao mundo que Deus existe e que em Deus existe vida. Aqueles que encontrarem Deus encontrarão paz e vida".

O objetivo dessas mensagens é pedir insistentemente à toda a humanidade, isto é, a todos nós, a urgência de retornar ao Evangelho como critério de vida, se quisermos evitar que o mundo caia em catástrofe.

Os segredos

Nossa Senhora também comunicou aos videntes o que é comumente chamado de "segredos" que são eventos, em sua maioria sérios, que ocorrerão na medida em que a humanidade não queira se converter

Mas nós podemos, se não cancelar, pelo menos mitigá-los com oração e jejum.

Ao contrário do que aconteceu, por exemplo, com os segredos de Fátima, cada segredo de Medjugorje será comunicado ao mundo três dias antes de ocorrer, como prova da veracidade do aviso, mas, nesse momento, será tarde demais para mudar seu curso.

Três desses videntes: Vicka, Marija e Ivan ainda hoje, obviamente separadamente, a Rainha da Paz aparece-lhes diariamente ao mesmo tempo, onde quer que estejam.

Para os outros três, as aparições diárias terminaram, mas todos ainda têm pelo menos uma por ano.

Medjugorje, na Bósnia e Herzegovina

As mensagens

Para a vidente, Marija Pavlovic, A Rainha da Paz, de 1º de março de 1984 a 8 de janeiro de 1987, enviou uma mensagem toda quinta-feira.

A partir de 25 de janeiro de 1987, essas mensagens se tornaram mensais e ainda são dadas hoje no dia 25 de cada mês.

Inicialmente, essas mensagens foram dirigidas principalmente à paróquia de Medjugorje, mas depois foram e ainda são dirigidas ao mundo inteiro, trazendo grandes frutos espirituais.

As mensagens que vêm de Medjugorje são tão profundamente evangélicas que constituem um sinal da presença de Nossa Senhora, a Rainha da Paz!

Elas não dizem nada mais do que o Evangelho, nem poderiam fazê-lo, mas sublinham algumas passagens que talvez não tenhamos entendido e que certamente não colocamos em prática.

Monte Podbrdo (Medjugorje/Bósnia e Herzegovina)
A espiritualidade

Medjugorje é acima de tudo um movimento de peregrinos. Até agora, milhões de pessoas de todo o mundo já foram a este local de peregrinação.

Outra característica de Medjugorje é que é um movimento da paz, que produz seus efeitos de dentro para fora.

Neste lugar, o dom da paz é sentido nos corações e a pessoa está disposta a transferir essa paz para os outros, no ambiente de vida: no casal e na família, para os vizinhos e para a comunidade, no ambiente de trabalho e na política.

Desta forma, além de sua própria experiência de conciliação e paz, o nome com o qual Nossa Senhora se apresentou aos videntes é justificado: “eu sou a Rainha da Paz”.

Em terceiro lugar, Medjugorje também pode ser definido como um movimento de renovação, que efetivamente renova a vida religiosa do indivíduo, de grupos e comunidades.

Um grande número de pessoas viveu profundas experiências religiosas em Medjugorje: curas físicas e espirituais, conversões, renovação da oração e da fé, impulsos para um jejum saudável, libertação das dependências.

Medjugorje, na Bósnia e Herzegovina

O resultado mais notável desta renovação são os grupos de oração fundados pelos peregrinos após o retorno de Medjugorje em suas respectivas comunidades paroquiais.

Esses grupos se reúnem regularmente, geralmente todas as semanas para orar e adorar, para recitar o rosário e o louvor, para ler as Sagradas Escrituras e trocar idéias sobre o Evangelho e a vida cristã.

Finalmente, Medjugorje é também um movimento de ajuda humanitária.

Isso ficou particularmente evidente quando a guerra nos Bálcãs começou e se espalhou para a Bósnia e Herzegovina.

Milhões de peregrinos, que receberam dons espirituais em Medjugorje, deram sua ajuda material: comida, roupas, remédios e outros itens de ajuda, dinheiro e paternidade para crianças que se tornaram órfãs e para as vítimas da guerra.

O Vaticano e as peregrinações

Uma nova virada radical no mundo da Igreja assinada pelo Papa Francisco, no dia 12 de maio de 2019, autorizou peregrinações a Medjugorje, um destino ainda não oficialmente reconhecido pelo Vaticano como um local de culto em que os milagres ainda não são autenticados.

De acordo com o Papa Francisco, os fiéis poderão agora reassumir suas peregrinações a Medjugorje (na Bósnia), embora a Igreja ainda careça de um milagre autenticado.

O porta-voz do Papa destacou que tudo deve ser organizado "sempre tendo o cuidado de evitar que essas peregrinações sejam interpretadas como uma autenticação de eventos conhecidos, que ainda exigem um exame da Igreja”.

Portanto, deve-se evitar que tais peregrinações criem confusão ou ambigüidade sob o aspecto doutrinário. Isto também diz respeito aos sacerdotes que pretendem ir a Medjugorje e celebrar ou concelebrar a Eucaristia.

Gisotti também afirmou que "dado o fluxo considerável de pessoas que vão para Medjugorje e os abundantes frutos de graça que se seguiram, esta disposição é parte da atenção pastoral particular que o Santo Padre pretendia dar a essa realidade, visando favorecer e promovendo bons frutos

Grupo de peregrinos SacraTour em Medjugorje (Bósnia e Herzegovina)

Deste modo, o visitante apostólico terá maior facilidade em estabelecer - de acordo com os ordinários dos lugares - relações com os sacerdotes encarregados de organizar peregrinações a Medjugorje, como pessoas seguras e bem preparadas, oferecendo-lhes informações e indicações para serem capazes de conduzir proveitosamente tais peregrinações”.

Grupo de peregrinos SacraTour em Medjugorje (Bósnia e Herzegovina)

Nossa Senhora, Rainha da Paz, rogai por nós.

Fontes: medjugorje-oggi.org / avvenire.it/chiesa/pagine/medjugorje-ecco-che-cosa-sappiamo / vaticannews.va/it/papa/news/2019-05/papa-francesco-autorizza-i-pellegrinaggi-a-medjugorje

Texto de Prof. Delci Filho

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O Egito é famoso pelas suas paisagens deslumbrantes. Afinal, quem já não se encantou com as famosas pirâmides do Egito, mesmo sendo por fotos?!

Mas além de uma cultura riquíssima e encantos turísticos, o Egito tem grande importância religiosa. Achou estranho? Pois é sobre isso que vamos falar hoje. Venha testar seus conhecimentos sobre a Sagrada Família e os acontecimentos religiosos no país do faraós.

Por que Jesus teve que fugir para o Egito?

Para responder a essa questão, vamos entender o que diz a Bíblia. No evangelho de Mateus lemos que José foi avisado em sonho por um anjo do Senhor que deveria fugir para o Egito. Em primeiro lugar, essas linhas revelam uma ordem que obteve resposta imediata:

«Levante-se, leve a criança e a mãe consigo e fuja para o Egito e fique lá até eu avisar: Herodes quer encontrar o menino para o matar» (Mt 2,13).

Em seguida, a passagem continua:

"Ele levantou-se à noite, tomou o menino e sua mãe e refugiou-se no Egito, onde permaneceu até a morte de Herodes, de modo que o que foi dito pelo Senhor foi feito através do profeta: "Do Egito, eu chamei meu filho” (Mt 2,15).

A fuga para o Egito

A partir de então, esse é o episódio da chamada "Fuga para o Egito". Isso quer dizer, uma partida de Nazaré que durou até a morte de Herodes. Essa partida também foi comunicada em um sonho subsequente por um anjo: naquele momento Jesus, José e Maria, retornavam a Galileia

"porque o que foi dito [de Jesus] foi cumprido pelos profetas: "será chamado Nazareno" (Mt 2,23).

Então, a Sagrada Família - como muitas pessoas de nossos dias ou séculos passados ​​- experimentou a experiência da imigração para um país estrangeiro.

Sagrada Família, em Belém (Palestina)

A Sagrada Família em fuga

A página do Evangelho de Mateus que descreve a fuga para o Egito da família de Jesus, tentada à morte pelo rei Herodes, reflete um problema social que transcende a história cristã e que continua sendo uma fonte de inspiração para os refugiados de hoje que misturam medo e esperança devido à experiência do exílio.

O refúgio da Sagrada Família

A família de Nazaré forçada a migrar começa com o refúgio da Sagrada Família de Nazaré, fugindo para o Egito, é o arquétipo de toda família de refugiados. Jesus, Maria e José, no exílio no Egito tentaram  escapar da fúria de um rei tirano.

A Sagrada Família é exemplo de proteção. Além de serem os protetores de todo migrante, estrangeiro e refugiado de qualquer espécie, que forçados pelo medo de perseguições ou necessidades, deixam sua terra natal, seus pais e parentes, seus amigos mais íntimos e procura um país estrangeiro.

Como foi a fuga da Sagrada Família?

A jornada da Sagrada Família começou em Belém e cruzou a parte norte do deserto do Sinai. Em seguida, entrou no Egito e chegou à cidade de Tal Basta, perto da cidade de El Zakazik.

Depois disso, a Família cruzou o Nilo (Ramo Rosetta) até o Delta do Oeste, depois seguiu para o sul, chegando a Wadi El Natrun, a área que mais tarde se tornou o paraíso dos monjes. Por fim, de lá, partiram para o sul até a cidade do Cairo.

Cairo, no Egito
Monte Sinai, no Egito

O percurso feito pela Sagrada Família

Em primeiro lugar, a família atravessou o Nilo para o leste em direção a El Mataria, perto de Ain Shams, a cerca de 10 km da cidade do Cairo, onde descansou à sombra de uma árvore conhecida hoje como a "Árvore de Maria".

Em seguida, perto daquela árvore surgiu uma fonte de água e nesse ponto cresceu uma planta aromática com um bom cheiro, a planta do "Bálsamo" que é adicionada aos aromas e aromas com os quais o Santo Crisma é produzido.

A árvore de Maria

O lugar onde a Árvore de Maria está localizada era um dos destinos mais importantes dos viajantes da Idade Média e é até hoje visitado por turistas.

Continuando sua fuga, a Sagrada Família, portanto, partiu para o Sul, até chegar à área de El Maadi, perto de Menfis (capital do Antigo Egito), onde atualmente se encontra a Igreja da Santa Virgem. Acredita-se sua construção foi no século XIII.

Além disso, até hoje, há a escadaria de pedra usada pela Sagrada Família em sua descida até a margem do Nilo, que pode ser visitada por um lugar que se abre no pátio da igreja.

A Sagrada Família vai embora do Egito

Com a morte de Herodes, a Sagrada Família, retornou à Palestina. Ou seja, puderam concluir a jornada iniciada com a fuga que durou três anos. Além disso, todos esses anos de jornada envolveram idas e voltas. Isso quer dizer que durante estima-se que a Sagrada Família tenha percorrido a  distância de mais de dois mil quilômetros.

Como conhecer o Egito?

Nos roteiros de peregrinação com a SacraTour, você tem a possibilidade de conhecer alguns dos caminhos trilhados pela Sagrada Família em sua fuga para o Egito. Por isso, venha peregrinar conosco e mergulhar nesse mistério de salvação que Deus nos revela passo a passo nas pegadas da Sagrada Família.

Gruta do Leite, em Belém (Palestina)

Fontes:
Vatican Insider
Lachiesa.it
Santi e Beati

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A belíssima cidade de Guimarães também é considerada berço da nacionalidade portuguesa. Nesta cidade, patrimônio cultural da humanidade da Unesco desde 2001, sucederam-se os acontecimentos mais marcantes da independência portuguesa (com relação ao reino de Castela e Leão, atual Espanha).

Guimarães situa-se na região do Baixo Minho, onde a natureza cobre os montes com extensos pinheirais e os vales com altos vinhedos, o que lhe confere característica única no conjunto do território português. A cidade, que remonta ao séc. XII, oferece ao visitante belíssimos exemplos de arquitetura medieval, bem como o magnífico centro histórico.

Desde 1987, Guimarães e Londrina são cidades coirmãs estabelecendo importantes intercâmbios culturais, de ensino e gestão, ou seja, convênios de amizade e cooperação entre os municípios. Para celebrar essas ligações culturais e históricas, na cidade de Guimarães foi construída uma praça, denominada “Praça Londrina”, como uma homenagem à cidade, e nas imediações do Lago Igapó, em Londrina, há uma praça que homenageia a cidade portuguesa de Guimarães.

Londrina e Guimarães, as cidades-irmãs

Entrando na história

Cidade de Londrina, no Paraná (Brasil)

Passeando pelas pequenas ruas cercadas por casas dos anos de 1300, o peregrino é praticamente convidado a mergulhar na atmosfera desta cidade, que mais do que qualquer outra teve um papel fundamental na história de Portugal. Os habitantes da cidade são orgulhosos de seu passado, e não é por acaso que você encontrará símbolos e referências ao exército dos cruzados praticamente em todos os lugares.

Depois de explorar a parte mais ocidental do centro histórico, vá para o característico Largo da Oliveira, onde está localizada a Igreja de Nossa Senhora da Oliveira. A principal atração da praça é a galeria gótica que fica bem em frente à igreja. Do Largo da Oliveira, a ligeira subida se começa a chegar à parte mais alta da cidade onde estão localizados o castelo e o Palácio dos Duques de Bragança.

Castelo de Guimarães

Cidade de Guimarães, em Portugal

O castelo de Guimarães, que remonta ao século XI é um local interessante para visitar, bem como o Palácio dos Duques de Bragança é um lugar que não se pode perder. O edifício foi construído em 1400 no estilo de casas senhoriais francesas e restaurado no século passado. Embora seja uma estrutura muito austera, oferece uma coleção muito rica de tapeçarias finas e porcelana chinesa. Para constar, devemos ressaltar que muitos objetos, como algumas tapeçarias e móveis, apesar de serem fabricados em Portugal e representarem fatos importantes na história da nação, são na verdade cópias. Os originais estão em posse da Espanha.

Cidade de Guimarães, em Portugal

A área de couros

Do outro lado da estrada do Largo do Toural, onde se encontra a famosa inscrição, “Aqui nasceu Portugal” que faz referência ao fato de a Batalha de São Mamede (24 de Junho de 1128), que destronou D. Teresa e ergueu D. Afonso Henriques como 1º rei de Portugal ter tido lugar nesta cidade, e não ao fato de, como muita gente pensa, D. Afonso Henriques ter nascido aqui.

Passando pelo Jardim Público da Alameda e contornando a avenida que exibe os brilhantes azulejos da Capela de São Francisco, entra-se no que imediatamente aparece como o antigo coração de Guimarães. Uma pequena jóia que talvez nem todos saibam: a praça dos antigos curtumes (zona de Couros). No bairro, tudo parece ter parado no tempo, quase um salto no passado. Se pode proceder aleatoriamente entre os becos e as casas estreitas e respirar a atmosfera autêntica de um bairro "cotidiano", que permanece estranho ao ritmo de bares, turistas e restaurantes.

Cidade de Guimarães, em Portugal
Igreja de Nossa Senhora da Consolação

Anunciada por um longo corredor verde cheio de flores que leva diretamente à sua entrada, a Igreja de Nossa Senhora da Consolação de Guimarães é justamente um dos mais belos edifícios religiosos em Portugal. Sua aparência exterior é extraordinariamente desarmante. E, apesar de estar imerso no frenesi de uma das principais ruas da cidade, com carros circulando na avenida a alguns metros de distância, parece claro que nada pode privá-lo de seu esplendor.

O Parque e o Santuário de Penha

Do centro de Guimarães, se pode pegar o teleférico (que por si só é uma experiência, principalmente para quem é sensível às alturas) e subir ao Parque da Penha, onde se pode encontrar o jardim e o grande Santuário da Penha. A experiência, no entanto, está no parque que a rodeia.

Parece que os habitantes de Guimarães gostam de frequentá-lo durante o horário de descanso e nas tardes de domingo levando toda a família para uma espécie de piquenique com boa comida, vinho e até algum violão, pelo menos até que alguém decida cochilar na sombra ou tomar um café em um dos restaurantes ou bares por lá, que obviamente não prestam atenção aos horários de fechamento. Peregrinando com a Sacratour você pode ter a oportunidade de conhecer o berço da nacionalidade portuguesa, a belíssima cidade de Guimarães.

Cidade de Londrina, no Paraná (Brasil)
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Maria deixa Nazaré, localizada no norte da Palestina, para ir ao sul, cerca de cento e cinquenta quilômetros, em um lugar que a tradição identificou com o atual Ein Karem, não muito longe de Jerusalém.

Ein Karem é um importante bairro de Jerusalém. É o local para onde Maria se dirigiu às pressas para visitar Isabel.

Desse modo, a tradição nos conta que o local onde João Batista nasceu e viveu ficava nesta cidade.

Ein Karem, o local da graça e do encontro

Podemos, então, dizer, que ao visitar Ein Karem, é possível mergulhar em um dos cumprimentos proféticos do Senhor, pois o Santuário da Visitação ali construído recorda o encontro entre Maria e Isabel e os filhos que elas traziam em seus respectivos ventres, e que se reconhecem numa manifestação de alegria e êxtase.

Encontro da Virgem Maria com Santa Isabel

O movimento físico mostra a sensibilidade interior de Maria, que não está fechada para contemplar de maneira privada e íntima o mistério da maternidade divina que nela se realiza, mas que se projeta no caminho da caridade.

Desse modo, se pode afirmar que a história da salvação em Ein Karen, dá testemunho de como a Encarnação se coloca na simplicidade de duas famílias, envolvendo as expectativas, e tornando-se uma atestação da presença de um Deus que opera.

A visita de Maria a Isabel é caracterizada pelo acréscimo "com pressa” (Lc 1:39).

O leitor, no entanto, sabe que o motivo real da viagem não está indicado, mas pode obtê-lo através de informações derivadas do contexto. O anjo havia comunicado a Maria a gravidez de Isabel, já no sexto mês (Lc 1:36).

Além disso, o fato de ela ficar três meses (Lc 1:56) bem a tempo de o filho nascer, permite-nos acreditar que Maria pretendia levar ajuda à sua parenta. Maria corre e vai aonde a urgência de uma necessidade a chama, demonstrando uma sensibilidade acentuada e disponibilidade concreta.

Maria à caminho de Ein Karem (Jerusalém/Israel)

“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre"!

Com Maria, carregado no ventre, Jesus se move com a Mãe

A partir daqui, é fácil deduzir o valor cristológico do episódio da visita de Maria a Isabel: o foco está acima de tudo em Jesus.

À primeira vista, pode parecer uma cena focada nas duas mulheres; na realidade, o que é importante para o evangelista é o prodígio presente em sua concepção. Afinal, a mobilização de Maria tende a unir as duas mulheres.

Assim que Maria entra na casa e cumprimenta Isabel, a criança lhe estremeceu no ventre.

Lucas usa um verbo grego em particular que significa apropriadamente 'pular'.

Querendo interpretar o verbo, um tanto livremente, pode ser indicado por 'dançar', excluindo assim o significado de um fenômeno meramente físico.

Alguém pensou que essa 'dança' poderia ser considerada uma forma de 'homenagem' que João presta a Jesus, inaugurando, ainda não nascido, aquela atitude de respeito e sujeição que caracterizará sua vida:

Encontro da Virgem Maria, mãe de Jesus, com Santa Isabel, mãe de São João Batista

"Depois de mim vem um quem é mais forte que eu e a quem não sou digno de desatar os laços das suas sandálias" (Mc 1:7).

E ainda: “Ele deve crescer e eu devo diminuir "(Jo 3, 29-30).

Então comenta Santo Ambrósio: "Isabel ouviu a voz primeiro, mas João percebeu a graça".

"Ele se alegrou no meu ventre" (Lc 1:44).

Lucas, com esses detalhes, queria evocar o prodígio que ocorreu na intimidade de Nazaré.

Somente agora, graças ao diálogo com um interlocutor, o mistério da maternidade divina deixa seu sigilo e sua dimensão individual, para se tornar um fato conhecido, um objeto de apreciação e louvor.

As palavras de Isabel “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre"!

A que devo a honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? "(42-43).

Com uma expressão semítica equivalente a um superlativo ("entre mulheres"), o evangelista quer chamar a atenção do leitor para a função de Maria: ser a "Mãe do Senhor".

E assim uma bênção é reservada para ela ("bendita") e uma bem-aventurança.

Qual é o último?

Expressa a adesão de Maria à vontade divina.

Maria não é apenas a receptora de um projeto arcano que a faz abençoada, mas também uma pessoa que sabe como aceitar e aderir à vontade de Deus. Maria é aquela que acredita, porque confiou em uma palavra e respondeu com amor.

E Isabel reconhece esse serviço de amor, identificando-a como bendita como mãe e bendita como crente.

Enquanto isso, João percebe a presença de seu Senhor e exulta, expressando com esse movimento interior a alegria que advém desse contato salvador.

Santa Isabel e São Zacarias com São João Batista

A Sacratour leva você a fazer essa experiência profunda do encontro nos lugares santos com pessoas santas.

Ao peregrinar como Maria, por Ein Karem, você pode conhecer o Santuário da Visitação, passar pelo lugar do encontro entre Maria e Isabel, lugar que leva ao recolhimento e oração.

Leva a abrir o coração ao agradecimento.

Por isso, neste santuário, entre o silêncio e a natureza, entre os restos antigos e os testemunhos modernos, podemos parar e repetir com o coração cheio de gratidão e reconhecimento o nosso Magnificat ao Senhor, como nos inspira a Virgem Maria da Visitação.

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O deserto sempre inspirou a curiosidade humana. Afinal, como pode existir vida e moradia num lugar que parece tão inóspito!? Além disso, os desertos espalhados pelo mundo sempre foram palco de histórias repletas de mistérios e ensinamentos. Quem não se lembra de filmes e narrativas que se passam no deserto?!

E o deserto é, sem dúvida, um bom lugar para continuarmos Peregrinando de Casa pela Terra Santa. Se você também tem interesse de saber mais sobre desertos que foram importantes na história da humanidade, acompanhe nosso texto! Ele vai te levar a um passeio pelos desertos.

Iniciamos nossa peregrinação pelo deserto com a informação de que os principais desertos citados nas Sagradas Escrituras se localizam no Sul e no Oriente de Israel. Dentre eles o deserto do Sinai, da Judeia, de Neguiev e de Jericó. Agrupam-se os primeiros na Península do Sinai. Os outros, encontram-se nas outras regiões do país. Veremos como o povo de Deus conviveu com essas áreas inóspitas.

Deserto do Sinai

Começamos pela Península do Sinai, uma fronteira no norte do Egito entre o continente africano e o continente asiático, é um território mágico e lendário, fascinante pelos cenários extraordinários que oferece, mas também por sua carga espiritual.

De acordo com a tradição, de fato, as montanhas da Península do Sinai se tornaram o cenário da aventura bíblica do Êxodo e o local onde Moisés recebeu os Dez Mandamentos: mesmo para os não-crentes, esta é uma terra cuja sacralidade é fortemente percebida. O Mosteiro de Santa Catarina é um lugar muito visitado pelos peregrinos e é o mais antigo reduto cristão construído há mais de 1.500 anos e declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Resistente e mágico, o deserto do Sinai é um local que ensina o valor da paciência e do silêncio, onde a natureza se manifesta em toda a sua força e magnificência. Nesse lugar, recebeu Israel a lei de Moisés. Um lugar realmente muito significativo para nós e que inspira calma e paz.

Deserto da Judeia

Passamos do deserto do Sinai, rumo ao deserto da Judeia que está localizado a leste de Jerusalém e desce ao Mar Morto. Podemos nos lembrar que em muitos períodos da história antiga, o deserto da Judeia era um importante local de refúgio. Davi se escondeu do rei Saul “E vieram os zifeus a Saul, a Gibeá, dizendo: Não está Davi escondido no outeiro de Haquilá, defronte de Jesimom?

Então Saul se levantou e desceu ao deserto de Zife, e com ele três mil homens escolhidos de Israel, a buscar a Davi no deserto de Zife. E acampou-se Saul no outeiro de Haquilá, que está defronte de Jesimom, junto ao caminho; porém Davi ficou no deserto, e viu que Saul vinha seguindo-o no deserto”. (1 Sam. 26, 1–3)

Podemos nos lembrar de outro momento emblemático envolvendo o deserto; quando Jesus jejuou ali quarenta dias e quarenta noites (Mateus 4, 1–11; Marcos 1, 12–13). Visto que aqueles que viajavam sozinhos nesta área eram presas fáceis, Jesus pôs a parábola do bom samaritano na estrada que vai de Jerusalém a Jericó pelo deserto da Judeia (Lucas 10, 25–37).

Deserto de Neguev

Israel é uma nação pequena e 62% do seu território é composto pelo deserto de Neguev. Este deserto tem uma cor vermelha brilhante e é caracterizado por formações rochosas espetaculares.

Seus visitantes poderão explorar sua imensidão inexplorada – silenciosa e majestosa. Além disso, o deserto está cheio de vestígios de civilizações antigas (como suas colheitas) e sítios arqueológicos.

O Neguev oferece o cenário perfeito para conhecer as tribos beduínas ou o povo do deserto. Parece um local perfeito para àqueles que gostam de peregrinar em meio a clama e ao inexplorado, não é mesmo?!

Deserto de Jericó

Seguimos nossa peregrinação agora pelo deserto de Jericó, que fica no território benjamita. Esse desolado território forma um longo desfiladeiro rochoso com cerca de 15 quilômetros que desce de Jerusalém a Jericó. Nessa área, há muitas cavernas, nas quais escondem-se malfeitores. Essa região serviu de cenário para a Parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus Cristo:

“ Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e lhe perguntou: “Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna? ” “O que está escrito na Lei? ”, respondeu Jesus. “Como você a lê? ” Ele respondeu: “‘Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Disse Jesus: “Você respondeu corretamente.

Faça isso, e viverá”. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo? ” Em resposta, disse Jesus: “Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram deixando-o quase morto. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado.

Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe disse: ‘Cuide dele. Quando eu voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver’. “Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? ” “Aquele que teve misericórdia dele”, respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: “Vá e faça o mesmo” (Lucas 10,25-37)

Assim como a parábola que acabamos de ler, também o deserto pode nos inspirar um cenário árduo e de difícil entendimento. Mas devemos nos inspirar nas palavras de Jesus para atentarmos nosso olhar e percebemos que dentro de um deserto que aparentemente nos mostra só solidão e escassez, na verdade, há uma bela oportunidade de nos voltarmos para nossos próprios desertos interiores e, dessa forma, percebermos as possibilidades e riquezas que não se pode ver facilmente. Peregrinar por caminhos e lugares diferentes dos que estamos acostumados nos leva a essa possibilidade, podemos descobrir ensinamentos e riquezas em lugares áridos.

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Temos buscado abrigo em nossos lares mais do que nunca. Muitos de nós estamos ficando em casa por mais tempo do que era habitual. Nesses momentos, somos levados a perceber que nossa casa, além de ser nosso abrigo, também pode servir como um local de acolhida para nossos sentimentos. E também podemos pensar em muitas casas, ou abrigos, que foram importantes e serviram de amparo na vida de Jesus.

Mas, existe um lugar especial que nos remete ao aconchego de casa de mãe, ou de vó, que são lugares em que muitos de nós gostaríamos de estar agora. Então, nós te convidamos a Peregrinar de sua casa pela casa de nossa Mãe, um lugar muito especial e que não é apenas um. Vamos entender:

Santuário da Santa Casa de Loreto (Itália)

A região de Loreto, na Itália, foi desenvolvida ao redor de um santuário que é de extrema importância para nós, católicos. Nele encontramos a Santa Casa de Loreto que foi cenário de um momento muito relevante na vida de Maria e também de Jesus Cristo. Conta-nos a tradição que foi nessa casa que a Virgem Maria cresceu em companhia de seus pais, Santa Ana e São Joaquim. A Casa também representa um marco, foi nela que Maria recebeu o anúncio do Anjo Gabriel. Ou seja, essa Santa Casa foi palco do momento em que a Virgem disse o sim e aceitou gerar Jesus e deste momento o verbo se fez carne e deu-se início a redenção da humanidade.

Loreto, na Itália

Deu para ver que essa casa tem muita importância para nós, católicos, não é mesmo?! Mas há um fato curioso em tudo isso. Em Nazaré, Terra Santa, há a Basílica da Anunciação, um local onde podemos ver a Gruta da Anunciação. Todos os anos peregrinos do mundo inteiro visitam a gruta onde se deu a anunciação à Maria. Mas no início dissemos que a Santa Casa está na Itália. Qual a explicação para isso? Seria uma réplica?

Não. A Santa Casa que se encontra em Loreto é a casa em que Maria passou sua juventude e recebeu a visita do anjo. Foi por volta de 1291 que a Santa Casa foi transportada para a Itália. Posteriormente houve a construção do belíssimo Santuário de Nossa Senhora de Loreto, um local de intensa peregrinação.

Nossa Senhora de Loreto (Itália)

A Legitimidade

O fato que parece indiscutível é o de que a casa que está em Loreto é a mesma que estava em Nazaré. Essa segurança vem de anos e anos de estudos. Profissionais de diversas áreas com estudos envolvendo arqueologia, arquitetura, geologia, entre outros, se debruçaram para entender o fenômeno da Santa Casa. Os estudiosos comprovaram que os tijolos, a argamassa e até mesmo o modo de construção não tem qualquer relação com a Itália e a origem da Santa Casa de Loreto parece ser unânime.

Santuário da Santa Casa de Loreto (Itália)

O que foi cientificamente comprovado é que as três paredes que estão em Loreto são as três paredes que já estiveram em Nazaré na época de Jesus. Estudos apontam que há inscrições nas paredes da Santa Casa de Loreto feitas em grego e com duas letras em hebraico “ Jesus Criste uie tu zeu”, que quer dizer “Ao Jesus filho de Deus”. A mesma invocação usando as mesmas palavras pode ser encontrada em Nazaré, na Gruta. Na Basílica da Anunciação, em Nazaré, vemos a quarta parede e também os alicerces da constituição da totalidade da casa.

Por que a Santa Casa teve que sair de Nazaré?

No final do séc. XIII, especificamente em 1291, os sarracenos-muçulmanos estavam conquistando a Terra Santa e tinham com objetivo destruir todos os lugares que fossem sagrados para os cristãos. Já podemos imaginar que a Santa Casa foi alvo dessa perseguição. Para que a Santa Casa não fosse destruída, era preciso algum tipo de medida urgente. E foi neste contexto que a casa dos avós de Jesus foi retirada de Nazaré.

O que intriga e divide opiniões é: A casa teria sido transportada por anjos celestiais ou por intervenção humana?

Para essa questão pode existir duas respostas. E mesmo se você já tiver sua opinião formada sobre o modo como a Santa Casa foi transportada, vale a pena ver o que dizem os dois lados.

Santa Casa de Loreto (Itália)

Escolha qual versão você quer ler primeiro:

Uma explicação lógica e racional:

Os estudos em torno dos fatos sobre a Santa Casa sempre foram numerosos. Atualmente existe uma teoria também aceita por alguns religiosos que diz que a Casa teria sido transportada com o auxílio dos homens e não por uma obra celestial.

Provavelmente a ajuda humana teria vindo dos Cruzados que fugiam da Terra Santa. Essa justificativa se dá pelo período histórico em que a casa foi encontrada em Loreto, esse período coincide com a última Cruzada e com os dias da queda de Jerusalém diante dos mulçumanos. Segundo essa hipótese, foi uma família nobre e cristã com o sobrenome ANGELI (anjos) que ao fugir da Terra Santa ordenou o transporte da Santa Casa. Os anos e a tradição popular teriam transformado o sobrenome dos Anjos em um mistério envolvendo anjos celestiais. Além disso, estudiosos afirmam ter encontrados documentos secretos no Vaticano que mencionavam a intervenção humana no transporte da Santa Casa de Loreto.

Santuário da Santa Casa de Loreto (Itália)

Outra justificativa dos feitos da família Anjos foi a análise de alguns documentos que mostram que a família teria relação com a relíquia por meio de uma jovem chamada Tamara. Segundo um documento que lembra uma forma de inventário, ela teria levado como dote para seu futuro marido, Felipo Angeli, pedras sagradas tiradas da casa da Virgem mãe de Deus. O casamento coincide com a data de 1294, que foi a data que a Santa Casa chegou a Loreto. Outro fato relevante que explica a intervenção humana foi a descoberta, durante as escavações em Loreto, de duas pequenas cruzes de tecido tipicamente usadas pelos Cruzados.

Toda a história envolvendo o transporte da Santa Casa, embora seja interessante e até certo ponto polêmica, não é essa a real importância da Santa Casa. Devemos nos lembra do sentimento de acolhida e esperança que este lugar simboliza para nós, foi nele que a Virgem recebeu os designíos divinos. Que possamos viver em nossas casas uma esperança renovada, assim como ela foi renovada na Santa Casa.

 

O milagre da Transladação:

Entre as dúvidas colocadas aos que acreditam na ajuda humana, está a do transporte: como as três paredes foram transportadas? Cabe pensar que para o transporte da Casa de Nazaré até o mar Adriático são necessários mais de dois mil quilômetros. Além disso, a Casa passou por pelo menos cinco lugares diferentes até chegar ao local que está hoje. Como essa viagem poderia ter sido feita com aparente facilidade no fim do séc. XIII?

 Outro fator que corrobora para o entendimento do milagre é a construção. Os muros da Casa, as três paredes, não tem marcas de reconstrução, o que fez com que estudiosos chegassem a conclusão de que ela foi transportada inteira, sem alterações. Se tivesse sido transportada por homens, a casa teria que ter sido reconstruída muitas vezes e rapidamente e esses são fatos sem qualquer registro. A casa também não possuía alicerces e foi coloca no meio de uma vala em estrada pública. Dada a grande engenhosidade que envolvia transportar uma casa, não há muito sentido em deixá-la num local fora de estratégia e perigoso.

Os fatos religiosos também auxiliam no esclarecimento do milagre; muitos santos vivenciaram as revelações místicas das transladações da Casa, como é o exemplo de Santa Catarina de Bologna. Ela deixou um relato escrito dizendo como a Casa foi transportada pelos anjos celestiais. Entre as aprovações Papais mais expressivas, temos a de Pedro XV que declarou que a Virgem venerada na igreja de Loreto era a Padroeira da aviação confirmando a verdade histórica da transladação da Casa.

Santa Casa de Loreto (Itália)

Toda a história envolvendo o transporte da Santa Casa, embora seja interessante e até certo ponto polêmica, não é essa a real importância da Santa Casa. Devemos nos lembrar do sentimento de acolhida e esperança que este lugar simboliza para nós, foi nele que a Virgem recebeu os desígnios divinos. Que possamos viver em nossas casas uma esperança renovada, assim como ela foi renovada na Santa Casa.

Santuário da Santa Casa de Loreto (Itália)
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Nós aprendemos, e já nem sabemos quando, que Nossa Senhora apareceu a 3 pastorinhos em Fátima, no interior de Portugal e, quando muito, sabemos que foi lá no início do século passado – afinal, já temos lembrança que foi comemorado o centenário das aparições, não é mesmo?

Mas e se perguntarmos sobre quem eram estas crianças, o que Nossa Senhora lhes falou, como isso tem a ver com os nossos dias e o que podemos mudar a partir dessa aparição, você saberia responder?

Então, prepare-se e mergulhe conosco na história da aparição de Nossa Senhora em Fátima!

As Aparições em Fátima- Memórias da Irmã Lúcia

Imagem de Nossa Senhora de Fátima - Portugal

13 de maio: uma data muito especial

Nossa Senhora de Fátima

Dia 13 de maio de 1917 – Andando a brincar com a Jacinta e o Francisco, no cimo da encosta da Cova da Iria, a fazer uma paredita em volta duma moita, vimos, de repente, como que um relâmpago.

– É melhor irmos embora para casa, – disse a meus primos – que estão a fazer relâmpagos; pode vir trovoada.

– Pois sim.

Pastorinhos de Fátima: Lúcia, Francisco e Jacinta

E começamos a descer a encosta, tocando as ovelhas em direção à estrada.

Ao chegar, mais ou menos a meio da encosta, quase junto duma azinheira grande que aí havia, vimos outro relâmpago e, dados alguns passos mais adiante, vimos, sobre uma carrasqueira, uma Senhora, vestida toda de branco, mais brilhante que o Sol, espargindo luz, mais clara e intensa que um copo de cristal, cheio d’água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente.

Paramos surpreendidos pela aparição.

Estávamos tão perto, que ficávamos dentro da luz que A cercava ou que Ela espargia, talvez a metro e meio de distância, mais ou menos.

Então Nossa Senhora disse-nos:

– Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.

– De onde é Vossemecê? – lhe perguntei.

– Sou do Céu.

– E que é que Vossemecê me quer?

– Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez.

– E eu também vou para o Céu?

– Sim, vais.

– E a Jacinta?

– Também.

E o Francisco?

– Também, mas tem que rezar muitos terços.

Lembrei-me, então, de perguntar por duas raparigas que tinham morrido há pouco. Eram minhas amigas e estavam em minha casa a aprender a tecedeiras com minha irmã mais velha.

– A Maria das Neves já está no Céu?

– Sim, está.

Parece-me que devia ter uns 16 anos.

– E a Amélia?

– Estará no purgatório até ao fim do mundo.

Parece-me que devia ter de 18 a 20 anos.

– Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?

– Sim, queremos.

– Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.

Foi ao pronunciar estas últimas palavras (a graça de Deus, etc.) que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente que nos vemos no melhor dos espelhos.

Então, por um impulso íntimo também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente:

– Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento.

Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou:

– Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.

Imagem de Nossa Senhora de Fátima e seus dizeres

Em seguida, começou-se a elevar serenamente, subindo em direção ao nascente, até desaparecer na imensidade da distância. A luz que a circundava ia como que abrindo um caminho no cerrado dos astros, motivo por que alguma vez dissemos que vimos abrir-se o Céu.

Parece-me que já expus, no escrito sobre a Jacinta ou numa carta, que o medo que sentimos não foi propriamente de Nossa Senhora, mas sim da trovoada que supúnhamos lá vir; e dela, da trovoada, é que queríamos fugir. As aparições de Nossa Senhora não infundem medo ou temor, mas sim surpresa.

Era o ano de 1916. Perto da Cova da Iria, a família de Lucia de Jesus, então com 9 anos, tinha um pequeno terreno cultivável onde ela e seus dois primos, Francisco, de 8 anos, e Jacinta, 6 anos, conduziam um pequeno rebanho. Assim, para os preparar para o encontro Com Nossa Senhora, os Pastorinhos foram visitados pelo Anjo.

1 - As aparições do Anjo

A Loca do Cabeço, local da primeira e a terceira aparição do anjo aos pastorinhos em Fátima

1ª Aparição – ainda na primavera, na Loca do Cabeço, tendo almoçado e feito sua oração, os pastorinhos começaram a ver, a alguma distância, sobre as árvores que se estendiam em direção ao Nascente, uma luz mais branca que a neve, transparente, com a forma de um jovem, mais brilhante que um cristal atravessado pelos raios do Sol.

À medida que se aproximavam, podiam distinguir suas feições. Num misto de surpresa e meditação, em silêncio, ouviram o Anjo lhes dizer: “Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo: Meu Deus eu creio, adoro, espero e amo-- Vos. Peço-Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Orai assim: Os Corações de Jesus e de Maria estão atentos à voz das vossas súplicas”.

Relata a Irmã Lúcia: “A atmosfera do sobrenatural que nos envolveu era tão intensa que quase não dávamos conta da própria existência, por um grande espaço de tempo, permanecendo na posição em que nos tinha deixado, repetindo sempre a mesma oração.

A presença de Deus sentia-se tão intensa e íntima, que nem mesmo entre nós nos atrevíamos a falar. No dia seguinte, sentíamos o espírito ainda envolvido por essa atmosfera que só muito lentamente foi desaparecendo.

Nesta Aparição, nenhum pensou em falar, nem em recomendar o segredo. Ela de si o impôs. Era tão íntima que não era fácil pronunciar sobre ela a menor palavra. Fez-nos, talvez, também, maior impressão, por ser a primeira assim manifesta” (in Quarta Memória da Irmã Lúcia).

Calvário Húngaro, em Valinhos (Fátima/Portugal)

2ª Aparição – já na primavera, com sol a pino, provavelmente em junho, no poço, o Anjo lhes aparece mais uma vez e diz: “Que fazeis? Orai, orai muito. Os Corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente, ao Altíssimo, orações e sacrifícios”.

Perguntaram, então, ao Anjo, “Como nos havemos de sacrificar?”, ao que o Anjo respondeu “De tudo que puderdes, oferecei a Deus sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e súplica pela conversão dos pecadores. Atraí assim, sobre a vossa Pátria, a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e suportai, com submissão, o sofrimento que o Senhor vos enviar”.

Estas palavras do Anjo gravaram em seus corações e lhes fizeram compreender quem era Deus, como os amava e queria ser amado; o valor do sacrifício, e como o sacrifício Lhe era agradável, como por atenção ao sacrifício oferecido, convertia os pecadores.

Daí em diante começaram a oferecer ao Senhor tudo que os mortificava, mas sem procurar outras mortificações ou penitências, exceto a de passarem horas seguidas prostrados por terra, repetindo a oração que o Anjo os tinha ensinado (in Segunda Memória da Irmã Lúcia).

3ª Aparição – provavelmente entre o fim de setembro e início de outubro, novamente na Loca do Cabeço, apareceu o Anjo trazendo na mão um cálice e sobre ele uma Hóstia, da qual caíam, dentro do cálice, algumas gotas de sangue.

Deixando o cálice e a Hóstia suspensos no ar, prostrou-se em terra e repetiu o Anjo três vezes a oração: “Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido.

E pelos méritos infinitos do seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores”.

Depois, levantando-se, tomou de novo na mão o cálice e a Hóstia e deu a Lúcia a Hóstia e o que continha o cálice deu-o a beber a Jacinta e Francisco, dizendo, ao mesmo tempo: “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos.

Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus” e prostrando-se por terra, o Anjo repetiu novamente três vezes a primeira oração e desapareceu. Sobre as aparições do Anjo, Lúcia afirma que “gosto muito de ver o Anjo; mas o pior é que, depois, não somos capazes de nada.

Eu nem andar podia, não sei o que tinha! Apesar de tudo, foi ele [Francisco] quem se deu conta, depois da terceira aparição do Anjo, das proximidades da noite. Foi quem disso nos advertiu e quem pensou em conduzir o rebanho para casa.” Passados os primeiros dias e recuperado o estado normal, perguntou o Francisco:

– O Anjo, a ti, deu-te a Sagrada Comunhão; mas a mim e à Jacinta, o que Ele nos deu?

– Foi também a Sagrada Comunhão? – respondeu a Jacinta, numa felicidade indizível.

– Não vês que era o Sangue que caía da Hóstia?

– Eu sentia que Deus estava em mim, mas não sabia como era!

E prostrando-se por terra, permaneceu por largo tempo, com a sua Irmã, repetindo a oração do Anjo: Santíssima Trindade..., etc. (in Quarta Memória da Irmã Lúcia).

2 – As Aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhos

Era 13 de maio de 1917. As três crianças, Lúcia, Francisco e Jacinta, apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, freguesia de Fátima, concelho de Vila Nova de Ourém (hoje diocese de Leiria-Fátima), Portugal.

Já estava perto das 12 horas, haviam acabado de rezar seu habitual terço e brincavam de levantar uma pequena casa de pedras soltas (onde hoje está a Basílica).

De repente, viram uma luz brilhante; julgando ser um relâmpago, decidiram ir-se embora, mas, logo abaixo, outro clarão iluminou o espaço, e viram em cima de uma pequena azinheira (onde agora se encontra a Capelinha das Aparições), uma "Senhora mais brilhante que o sol", de cujas mãos pendia um terço branco.

Casa de Francisco e Jacinta, em Valinhos (Fátima/Portugal)

A Senhora disse aos três pastorinhos que era necessário rezar muito e convidou-os a voltarem à Cova da Iria durante mais cinco meses consecutivos, no dia 13 e à mesma hora. As crianças assim fizeram, e nos dias 13 de junho, julho, setembro e outubro, a Senhora voltou a aparecer-lhes e a falar-lhes, na Cova da Iria.

A 19 de Agosto, a aparição deu-se no sítio dos Valinhos, a uns 500 metros do lugar de Aljustrel, porque, no dia 13, as crianças tinham sido levadas pelo Administrador do Concelho, para Vila Nova de Ourém.

Na última aparição, a 13 de outubro, estando presentes cerca de 70.000 pessoas, a Senhora disse-lhes que era a "Senhora do Rosário" e que fizessem ali uma capela em Sua honra.

Depois da aparição, todos os presentes observaram o milagre prometido às três crianças em julho e setembro: o sol, assemelhando-se a um disco de prata, podia fitar-se sem dificuldade e girava sobre si mesmo como uma roda de fogo, parecendo precipitar-se na terra.

Casa de Francisco e Jacinta, em Valinhos (Fátima/Portugal)
Resumo das Mensagens em cada Aparição:
Imagem de Nossa Senhora de Fátima, na Capelinha das Aparições (Fátima/Portugal)

1ª Aparição – 13 de maio: “Não tenhais medo. Eu não vos faço mal”. “De onde é Vossemecê?” “Sou do Céu... e vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora. Depois, vos direi quem sou e o que quero...

Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?...

Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra” (in Quarta Memória da Irmã Lúcia).

Detalhe da Rua dos Valinhos (Fátima/Portugal)

2ª Aparição – 13 de junho: “Vossemecê que me quer?” “Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero...”

“Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu”. “Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração”

Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela os pastorinhos viam como que submergidos em Deus. (in Quarta Memória da Irmã Lúcia).

3ª Aparição – 13 de julho: “Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer”. “Queria pedir-Lhe para nos dizer Quem é, para fazer um milagre com que todos acreditem que Vossemecê nos aparece”. “Continuem a vir aqui todos os meses.

Em outubro direi Quem sou, o que quero e farei um milagre que todos hão-de ver, para acreditar. Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.

Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. (...) Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. (…) Virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja.

Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé. (...) Quando rezais o terço, dizei, depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai as alminhas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem” (in Quarta Memória da Irmã Lúcia).

4ª Aparição - 19 de agosto: (nos Valinhos) “Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês, farei o milagre, para que todos acreditem”. “Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova da Iria?” “Façam dois andores... O dinheiro dos andores é para a festa da Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para a ajuda duma capela que hão de mandar fazer (...) Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas” (in Quarta Memória da Irmã Lúcia).

5ª Aparição – 13 de setembro: “Continuem a rezar o terço, para alcançarem o fim da guerra... Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda; trazei-a só durante o dia” (in Quarta Memória da Irmã Lúcia).

Quinta aparição de Nossa Senhora de Fátima (Portugal)

6ª Aparição – 13 de outubro: chovia muito. Estando presentes cerca de 70.000 pessoas, a Nossa Senhora aparece-lhes diz que é a "Senhora do Rosário" e que fizessem ali uma capela em sua honra. Depois da aparição, todos os presentes observaram o milagre prometido às três crianças em julho e setembro: o sol, assemelhando-se a um disco de prata, podia fitar-se sem dificuldade e girava sobre si mesmo como uma roda de fogo, parecendo precipitar-se na terra.

Em poucos minutos todos ficaram secos, mesmo após quatro horas seguidas de muita chuva. “Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias (...) Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido.” E ao abrir suas mãos, fê-las refletir no sol. E, enquanto que se elevava, continuava o reflexo da Sua própria luz a projetar-se no sol. (in Quarta Memória da Irmã Lúcia).

3 – As Aparições a Lúcia

Posteriormente, sendo Lúcia religiosa de Santa Doroteia, Nossa Senhora apareceu-lhe novamente em Espanha (10 de dezembro de 1925 e 15 de fevereiro de 1926, no Convento de Pontevedra, e na noite de 13 para 14 de junho de 1929, no Convento de Tuy), pedindo a devoção dos cinco primeiros sábados (rezar o terço, meditar nos mistérios do Rosário, confessar-se e receber a Sagrada Comunhão, em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria) e a Consagração da Rússia ao mesmo Imaculado Coração. Este pedido já Nossa Senhora o anunciara em 13 de julho de 1917.

Desde 1917, não mais cessaram de ir à Cova da Iria milhares e milhares de peregrinos de todo o mundo, primeiro nos dias 13 de cada mês, depois nos meses de férias de verão e inverno, e agora cada vez mais nos fins de semana e no dia a dia, num montante anual de seis milhões. Este 2020, em virtude da pandemia, foi o primeiro ano que não tiveram peregrinos na celebração do 12 e 13 de maio.

Entretanto, o Santuário transmitiu todas suas celebrações nas TV’s portuguesas e online, para que os peregrinos do mundo inteiro pudessem estar presentes. Ao final da celebração do 13 de maio, uma carta do Papa Francisco aos peregrinos foi lida lembrando a mensagem de esperança deixada por Nossa Senhora deixou aos pastorinhos em 13 de junho de 1917: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.

4 – O Segredo de Fátima

Você certamente já ouviu falar sobre os segredos de Fátima. São mensagens reveladas para os pastorinhos e que Nossa Senhora pediu que não contassem a ninguém e assim o fizeram – não revelando nem mesmo quando o Administrador os prendeu e ameaçou mandar fritar em azeite a ferver – sendo revelado por Lúcia em 31 de agosto de 1941, na carta escrita em Tuy ao Bispo D. José Alves Correia da Silva, quando ela diz ser "chegado o momento" de falar do segredo, acrescentando: “Bem; o segredo consta de três coisas distintas, duas das quais vou revelar”. (Abaixo o relato de Lucia)

1ª. Consta da visão do inferno
“A primeira foi, pois, a vista do inferno! Nossa Senhora .... Ao dizer estas palavras, abriu de novo as mãos como nos dois meses passados. O reflexo pareceu penetrar a terra e vimos como que um mar de fogo, mergulhados nesse fogo os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que deles mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo de todos os lados semelhante ao cair das fagulhas nos grandes incêndios, sem peso, nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor.

Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa. Esta visão foi um momento, e graças à Nossa boa Mãe do Céu, que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o Céu. Se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor.”

*No jornal O Século, de 23 de julho de 1917, lia-se: ouviu-se um ruído semelhante ao ribombar do trovão, prorrompendo as crianças num choro aflitivo, fazendo gestos epiléticos e caindo depois em êxtase.

2ª. A Devoção ao Meu Imaculado Coração com a comunhão reparadora nos primeiros sábados e a Consagração da Rússia

“Vistes o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz: a guerra vai acabar. Mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior.

Quando virdes uma noite iluminada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados.

Se atenderem a meus pedidos, a Rússia converter-se-á e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas: por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal conservar-se-á sempre o dogma da fé(...)”

3ª Parte do segredo.

Quanto à terceira parte do segredo, encontrando-se Lúcia doente, em Tuy, descreveu-a em 3 de janeiro de 1944, também por ordem do Bispo de Leiria, entregando-a num envelope fechado. Lúcia diz nessa carta:

“Escrevo em ato de obediência a Vós Deus meu, que mo mandais por meio de sua Ex.cia. Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da Vossa e minha Santíssima Mãe.

Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo em a mão esquerda; ao cintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contato do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos numa luz imensa que é Deus: “algo semelhante a como se veem as pessoas num espelho quando lhe passam por diante” um Bispo vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”.

Vários outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fora de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meio em ruínas, e meio trêmulo com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e várias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de várias classes e posições.

Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em à mão, neles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus.”

INTERPRETAÇÃO DO “SEGREDO”

Encontro de Irmã Lúcia com o Papa João Paulo II

Em encontro da Irmã Lúcia com o Papa João Paulo II, eles discutiram sobre a terceira parte do segredo de Fátima estar intimamente vinculado com o atentado sofrido pelo santo padre em 13 de maio de 1981.

O encontro da Irmã Lúcia com Sua Ex.cia Rev.ma D. Tarcisio Bertone, Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé. A Irmã Lúcia estava lúcida e calma, dizendo-se muito feliz com a ida do Santo Padre a Fátima para a Beatificação de Francisco e Jacinta, há muito desejada por ela.

Com o auxílio do Bispo de Leiria-Fátima, foi lido e interpretado o texto original (da terceira parte do segredo), que é em língua portuguesa. A Irmã Lúcia concorda com a interpretação segundo a qual a terceira parte do “segredo” consiste numa visão profética, comparável às da história sagrada. Ela reafirma a sua convicção de que a visão de Fátima se refere sobretudo à luta do comunismo ateu contra a Igreja e os cristãos, e descreve o imane sofrimento das vítimas da fé no século XX.

À pergunta: “A personagem principal da visão é o Papa?”, a Irmã Lúcia responde imediatamente que sim e recorda como os três pastorinhos sentiam muita pena pelo sofrimento do Papa e Jacinta repetia: “Coitadinho do Santo Padre. Tenho muita pena dos pecadores!” A Irmã Lúcia continua: “Não sabíamos o nome do Papa; Nossa Senhora não nos disse o nome do Papa. Não sabíamos se era Bento XV, Pio XII, Paulo VI ou João Paulo II, mas que era o Papa que sofria e isso fazia-nos sofrer a nós também”.

Quanto à passagem relativa ao Bispo vestido de branco, isto é, ao Santo Padre — como logo perceberam os pastorinhos durante a “visão” — que é ferido de morte e cai por terra, a irmã Lúcia concorda plenamente com a afirmação do Papa: “Foi uma mão materna que guiou a trajetória da bala e o Santo Padre agonizante deteve-se no limiar da morte” (João Paulo II, Meditação com os Bispos Italianos, a partir da Policlínica Gemelli, 13 de maio de 1994).

Uma vez que a Irmã Lúcia, antes de entregar ao Bispo de Leiria-Fátima de então o envelope selado com a terceira parte do “segredo”, tinha escrito no envelope exterior que podia ser aberto somente depois de 1960 pelo Patriarca de Lisboa ou pelo Bispo de Leiria, o Senhor D. Bertone pergunta-lhe: “Porquê o limite de 1960? Foi Nossa Senhora que indicou aquela data?”.

Resposta da Irmã Lúcia: “Não foi Nossa Senhora; fui eu que meti a data de 1960 porque, segundo intuição minha, antes de 1960 não se perceberia, compreender-se-ia somente depois. Agora pode-se compreender melhor. Eu escrevi o que vi; não compete a mim a interpretação, mas ao Papa”.

Encerrando o encontro da Lucia com o Papa, houve a celebração da Santa Missa presidida por João Paulo II com a presença do Cardeal Ângelo Sodano, Secretário de Estado, pronunciou em português as palavras seguintes:

“Embora os acontecimentos a que faz referência a terceira parte do “segredo” de Fátima pareçam pertencer já ao passado, o apelo à conversão e à penitência, manifestado por Nossa Senhora ao início do século vinte, conserva ainda hoje uma estimulante atualidade.

“A Senhora da Mensagem parece ler com uma perspicácia singular os sinais dos tempos, os sinais do nosso tempo. (...) O convite insistente de Maria Santíssima à penitência não é senão a manifestação da sua solicitude materna pelos destinos da família humana, necessitada de conversão e de perdão” [João Paulo II, Mensagem para o Dia Mundial do Doente - 1997 n. 1, em: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XIX-2 (Città del Vaticano 1996), 561].”

5 – Cronologia

22-03-1907 – Nascimento de Lúcia de Jesus.

11-06-1908 – Nascimento de Francisco Marto.

11-03-1910 – Nascimento de Jacinta Marto.

1916 - Aparições do Anjo, na primavera, verão e outono.

1917 - Aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria nos dias 13 dos meses de maio, junho, julho, setembro e outubro; em agosto, no dia 19, nos Valinhos.

04-04-1919 – Morte do vidente Francisco Marto, em Aljustrel, vítima da epidemia da Febre Espanhola.

Túmulo de do vidente Francisco Marto

28-04-1919 - Início da construção da Capelinha das Aparições.

20-02-1920 – Morte da vidente Jacinta Marto, no Hospital de Dª Estefânia, em Lisboa, vítima da epidemia da Febre Espanhola.

Túmulo de Santa Jacinta Marto e Irmã Lúcia, dentro da Basílica de Nossa Senhora do Rosário

16-06-1921 – Lúcia vai para o Porto para o Instituto entregue às Religiosas de Santa Doroteia.

13-10-1921 - É permitida a primeira celebração da Missa junto à Capelinha das Aparições.

06-03-1922 - A Capelinha das Aparições é parcialmente destruída num atentado – sendo restaurada um ano depois.

03-05-1922 – Abertura do processo canônico sobre os acontecimentos de Fátima.

10-12-1925 – Aparição de Nossa Senhora à Lúcia pedindo a devoção dos Cinco Primeiros Sábados, em Pontevedra, Espanha.

15-02-1926 (e 17-12-1927) – Aparição do Menino Jesus insistindo na Devoção dos Cinco Primeiros Sábados, em Pontevedra, Espanha.

26-06-1927 - O Bispo de Leiria preside, pela primeira vez, a uma cerimónia oficial na Cova da Iria, depois da bênção das estações da Via-Sacra, desde o Reguengo do Fetal (11 Kms).

13-05-1928 - Lançamento da primeira pedra da Basílica.

13-06-1929 - Lúcia tem a visão da Santíssima Trindade e do Imaculado Coração de Maria, com o seu Coração cercado de espinhos, pedindo ao Santo Padre a Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, em união com todos os Bispos do Mundo, em Tuy, Espanha.

Santuário Nossa Senhora de Fátima (Portugal)

13-10-1930 - Pela Carta Pastoral "A Divina Providência", o Bispo de Leiria declara "dignas de crédito as visões das crianças na Cova da Iria" e permite oficialmente o culto de Nossa Senhora de Fátima.

13-05-1931 - Primeira Consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria, feita pelo Episcopado Português, no seguimento da Mensagem de Fátima.

13-10-1942 – As mulheres portuguesas oferecem uma coroa preciosa à Nossa Senhora em agradecimento por Portugal ter sido livre da II Guerra Mundial.

31-10-1942 - Pio XII, falando em português pela rádio, consagra o Mundo ao Imaculado Coração de Maria, com menção velada da Rússia, segundo o pedido de Nossa Senhora.

13-05-1947 – Imagem Peregrina inicia viagem pelos países da Europa, destruídos pela guerra.

07-07-1952 - Consagração dos Povos da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, pelo Papa Pio XII.

07-10-1953 - Sagração da Igreja do Santuário de Fátima.

12-11-1954 - O Papa Pio XII concede o título de Basílica menor à Igreja do Santuário.

21-11-1964 - Ao encerrar a 3ª sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II, o Papa Paulo VI anuncia diante dos 2.500 padres conciliares, a concessão da Rosa de Ouro ao Santuário de Fátima.

13-05-1967 - O Papa Paulo VI desloca-se a Fátima, no cinquentenário da 1ª Aparição de Nossa Senhora, para pedir a paz no mundo e a unidade da Igreja. A Irmã Lúcia desloca-se a Fátima.

12/13-05-1982 - O Papa João Paulo II vem em peregrinação a Fátima agradecer por ter escapado com vida, um ano antes, na Praça de S. Pedro, e, de joelhos, consagra a Igreja, os Homens e os Povos, com menção velada da Rússia, ao Imaculado Coração de Maria.

12/13-05-1991 - O Papa João Paulo II vem pela segunda vez a Fátima, como peregrino, no 10º aniversário do seu atentado na Praça de S. Pedro, no Vaticano, presidindo à Peregrinação Internacional Aniversária.

04-06-1997 - A Assembleia da República Portuguesa eleva a Vila de Fátima à categoria de cidade.

13-05-2000 - Beatificação de Francisco e Jacinta Marto, por ocasião da 3ª visita do Papa João Paulo II a Fátima.

13-02-2005 - Falecimento da Ir. Lúcia.

02-04-2005 - Falecimento de João Paulo II.

13-02-2008 - O Papa Bento XVI autorizou abreviar o prazo canônico para abertura do processo de beatificação da Irmã Lúcia. O anúncio foi feito pelo Cardeal D. José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos.

12/14-05-2010 - Peregrinação a Fátima do Santo Padre Bento XVI, que entrega a 2ª Rosa de Ouro ao Santuário.

13-05-2013 – Consagração do Pontificado do Papa Francisco a Nossa Senhora de Fátima.

13-05-2017 – Comemoração do Centenário das Aparições de Fátima e Canonização de Santa Jacinta e São Francisco Marto.

04-04-2019 – Celebração do Centenário da Morte de São Francisco Marto.

20-02-2020 – Celebração do Centenário da Morte de Santa Jacinta Marto.

13-05-2020 – Primeira vez que a Celebração do 13 de Maio é realizada sem a presença dos peregrinos, em virtude da Pandemia causada pelo Coronavírus.

Peregrinos SacraTour em momento de oração
Oração a Nossa Senhora de Fátima
Procissão luminosa- Nossa Senhora de Fátima (Fátima/Portugal)

Santíssima virgem que nos montes de Fátima Vos dignastes a revelar a três humildes pastorinhos os tesouros de graças contidas na prática do vosso Rosário, incuti profundamente em nossa alma o apreço, em que devemos ter esta devoção, para Vos tão querida, a fim de que, meditando os mistérios da nossa Redenção que nela se comemora, nos aproveitemos de seus preciosos frutos e alcancemos a graça, que Vos pedimos nesta oração, se for para maior glória de Deus, honra vossa e proveito de nossas almas. Amém!

Detalhe procissão luminosa (Fátima/Portugal)
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Imagine a sensação de andar pelo mesmo lugar que Jesus andou.

Quando entramos em Cafarnaum temos a sensação de sermos transportados para um outro momento, diferente da agitação comum com  prédios e grandes monumentos que nossos olhos já se acostumaram a ver.

Cafarnaum, a cidade de Jesus (Israel)

E para vivermos toda a experiência que Cafarnaum pode nos propiciar, precisamos de duas coisas:

1- Imaginação e conhecimento.

Se você está disposto a se enveredar de casa pelas ruas dessa pequena cidade e saber a importância que ela teve, e tem, na vida de Jesus e consequentemente na nossa, então te convido a conhecer Cafarnaum e enriquecer o seu conhecimento e tudo o que você já ouviu falar sobre esta famosa cidade .

Peregrinos em Cafarnaum (Israel)

Como já disse, primeiro precisamos usar nossa imaginação. Sim, porque hoje Cafarnaum é um sítio arqueológico, o que significa que vamos nos deparar com muitas ruínas e partes de edificações ou partes de objetos. E é exatamente nessas partes que devemos pensar:  Como era Cafarnaum na época de Jesus?

O primeiro caminho para deixarmos nossa imaginação fluir já está pronto, temos tudo o que foi encontrado em anos de escavações. Então, vamos partir para o entendimento do que essas descobertas significam.

Sinagoga de Cafarnaum (Israel)

Onde fica Cafarnaum?

Ao Norte de Israel, mais precisamente a noroeste do Mar da Galileia, é onde fica a cidade de Cafarnaum. Pelas ruínas da cidade podemos ver que Cafarnaum era uma cidade muito pequena para nossos parâmetros atuais, mas no tempo em que Jesus esteve lá, ela era uma cidade de grande importância.

Além de ser uma cidade portuária, ela também era ponto de passagem de todos os mercadores vindos de outras regiões e esses tinham que passar pela alfândega de Cafarnaum e lá pagavam os impostos.

Sinagoga de Cafarnaum (Israel)

O que aconteceu em Cafarnaum?

Cafarnaum é conhecida como a cidade de Jesus. Mas o que teria acontecido para que a cidade ganhasse esse título? Segundo o Evangelho de Mateus, Jesus deixou Nazaré e teria ido morar em uma cidade a beira mar, que se entende como o Mar da Galileia.

Essa escolha aconteceu quando Jesus soube que João havia sido preso, então ele volta à Nazaré, na Galileia, mas não continuou morando lá, acaba ficando em Cafarnaum.

Casa de São Pedro, em Cafarnaum (Israel)
Cafarnaum na Bíblia

Alguns estudiosos dizem que a razão da escolha de Jesus pela cidade pode ter vindo de um possível parentesco entre Jesus e alguns habitantes da cidade. No evangelho de Mateus (4,21), João e Tiago são chamados de filhos de Zebedeu.

Eles eram pescadores e moravam em Cafarnaum. Mateus ainda descreve sua mãe, a mulher de Zebedeu, como uma das seguidoras de Cristo que ficou ao pé da cruz (Mateus 27,56).

Em Marcos, pode-se entender que essa mesma mulher se chamava Salomé. E João complementa que ela seria a irmã de Maria, mãe de Jesus, (Marcos 15,40 e João 19,25).

Se essa hipótese for correta, existe a possibilidade da tia de Jesus ter morado em Cafarnaum. E nesse caso João e Tiago seriam primos diretos de Jesus. As teorias que envolvem a escolha da cidade são bastante interessantes, mas o mais relevante foram os acontecimentos que toda a população de Cafarnaum pode presenciar e que ecoam como ensinamentos para nós.

A importância de Cafarnaum

Banhada pelo Mar da Galileia, que não é exatamente um mar, mas o nome ficou convencionado assim pela abundância de águas que se assemelham ao mar, está Cafarnaum.

E essas águas tiveram relação com grandes feitos da vida de Jesus. Há dois mil anos enquanto passava por pescadores comuns, Jesus fez o chamado àqueles que seriam seus apóstolos.

Vemos essa passagem em Mateus (4, 18-19) quando lemos:

“ E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.”

Mar da Galileia (Israel)

Os chamados realizados em Cafarnaum se multiplicavam e outros foram chamados para serem “pescadores de homens”. Naquela cidade o ministério de Jesus se frutificava e lá também moravam Pedro, Tiago, João e Mateus, o coletor de impostos.

Podemos imaginar como eram dados os ensinamentos de Jesus naquela época, e para isso devemos avançar mais um pouco pelos caminhos da cidade.

 

A Sinagoga de Cafarnaum

Andando pelo sítio arqueológico de Cafarnaum, mais precisamente no centro da pequena cidade, você vai encontrar as ruínas de uma Sinagoga.

Mas essa não é qualquer ruína, nem qualquer Sinagoga. Era ali que Jesus, aos sábados, professava seus ensinamentos.

Sinagoga de Cafarnaum (Israel)

Continuamos com nosso exercício de atentar nossos olhos para o que estamos vendo e para isso a primeira coisa a fazer é perceber que a construção que vemos hoje é a de uma Sinagoga construída no século IV. No entanto, se olharmos atentamente há uma distinção nas pedras das construções, isso porque esta sinagoga foi construída na base da sinagoga do século I, em outras palavras, que era o local onde Jesus pregava.

Sinagoga de Cafarnaum (Israel)

Neste local Jesus encantava a todos com sua eloquência e com seus ensinamentos, não demorou para que percebessem que ele tinha um jeito particular ao ensinar, e sua fama se seguiu por todos os cantos.

 

Cafarnaum e a casa de Pedro

Continuamos a passar pelos caminhos que Jesus passou, e olhando para cada pedra, nos lembramos daquele tempo e de todos os acontecimentos ocorridos ali, em Cafarnaum.

Percorrendo o mesmo caminho de Jesus, que saiu da sinagoga e foi até a casa de Pedro, podemos ver o local onde aconteceu o milagre da cura da sogra de Pedro (Lucas 4,38-39). Hoje, vemos uma igreja moderna que foi construída em 1990.

Cafarnaum, em Israel

E abaixo dela temos a sobreposição de três edificações.

  • No primeiro nível há uma casa feita de pedras basáltica e datada do tempo de Jesus. Ali havia uma casa que depois foi transformada em uma igreja do lar, o que era comum na época, e por cima desta foram construídas duas igrejas.
Casa de São Pedro, em Cafarnaum (Israel)

Além disso, em escavações posteriores foram encontrados objetos que comprovaram que naquela casa morava um pescador. Mas o que leva a crer que seria Pedro?

Casa de São Pedro, em Cafarnaum (Israel)

Mesmo com as construções posteriores, acredita-se que a casa tenha sido de Pedro já que existem documentos com relatos de séculos distintos de pessoas que passaram por Cafarnaum e relatam que visitaram o local que teria sido a casa de Pedro.

É muito emocionante olhar para um lugar onde Jesus pode ter feito suas refeições e até mesmo dormido, não é!?

São Pedro (Cafarnaum/Israel)
Os milagres de Cafarnaum

A emoção de entramos em contato com a vida e os lugares de Jesus nos faz querer conhecer mais e imaginarmos os detalhes. Cafarnaum foi um lugar onde muitos milagres aconteceram, além da cura da sogra de Pedro, foi também cenário da libertação de um homem endemoninhado (Lucas 4, 35), da cura do paralítico (Marcos 2,2-12) e da cura da filha de Jairo (Marcos 5, 41-42).

Casa de São Pedro, em Cafarnaum (Israel)

Passamos poucos minutos para termos uma ideia do que aconteceu em Cafarnaum, e mesmo visitando o local podemos rapidamente, em uma manhã, vermos os principais pontos que estiveram relacionados à vida de Jesus.

Cafarnaum, em Israel

Além disso, da mesma forma que não podemos entender Cafarnaum pelo simples olhar superficial.

Isso porque aquelas pedras mostraria só antigas pedras, também devemos ajustar nosso olhar para as palavras do filho de Deus e nelas nos aprofundarmos, para que não sejamos impenitentes como o povo de Cafarnaum foi, pois, mesmo ouvindo as boas novas da salvação do próprio Jesus, ainda assim, não se resignaram e pela falta de fé foram vistos em declínio até a cidade chegar a ser desabitada no séc. V. (Mateus 11, 23,24; Lucas 10,15).

Sinagoga de Cafarnaum (Israel)

Que tal peregrinar por Cafarnaum pessoalmente? Entre em contato conosco e viva esse sonho!

Casa de São Pedro, em Cafarnaum (Israel)
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Quando percorremos os caminhos de Jesus somos levados a momentos de muitas emoções e reflexões. Peregrinando de Casa pela Terra Santa nos sentimos mais próximos dos ensinamentos de nosso Pai. Por isso, o texto de hoje vai nos levar à Jerusalém, mais especificamente ao Monte das Oliveiras. Vamos percorrer o monte até chegarmos ao nosso destino: A igreja do Pai Nosso.

Igreja do Pai Nosso (Jerusalém/Israel)

 Um lugar repleto de significado

Iniciamos nosso caminho pelo Monte das Oliveiras. O monte tem esse nome por conta dos bosques de oliveiras que cobrem a colina leste da Antiga cidade de Jerusalém. Quando percorremos o Monte das Oliveiras, estamos percorrendo um dos lugares mais importantes dos arredores de Jerusalém. Sabemos da extrema importância deste local na vida de Jesus Cristo. Foi desse monte que Jesus profetizou que o Templo iria cair ( Lucas 19, 41-44).

E após ter celebrado a última ceia, Jesus foi para o Getsêmani, que fica ao pé do Monte, para rezar ( Marcos 14, 26-42). Dos muitos acontecimentos passados no Monte das Oliveiras, também há a ida de Judas junto aos soldados para prender Jesus próximo ao jardim ( João 18, 1-12). E foi do topo do monte que Jesus ascendeu aos céus (Atos 1: 6-12).

Sabemos que o Monte das Oliveiras é repleto de lembranças e ensinamentos. E em seu topo encontramos a Igreja do Pater Noster. Foi lá que Jesus ensinou a oração do Pai Nosso. Mas antes de adentramos metaforicamente à igreja do Pai Nosso, vamos nos lembrar da importância da oração que o Senhor nos ensinou.

Peregrinos SacraTour na Igreja do Pai Nosso (Jerusalém/Israel)

O poder da oração

No Evangelho de Lucas temos o momento em que Jesus ensina a oração do Pai Nosso aos discípulos:

“E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos: Senhor ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos.
E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu.” (Lucas 11, 1-2)

Momento de Oração na Gruta do Pai Nosso (Jerusalém/Israel)

É interessante pensar que os discípulos estando ali tão próximos a Jesus, poderiam ter pedido qualquer coisa. Poderiam ter pedido que Jesus os ensinasse a multiplicar pães, curar enfermos, ou qualquer outra necessidade mundana. Mas sabiamente os discípulos pediram que Jesus os ensinasse a rezar, assim como Ele fazia. Isso quer dizer, eles queriam aprender ao máximo com Jesus e esse aprendizado foi eternizado.

Momento de Oração na Gruta do Pai Nosso (Jerusalém/Israel)

Os ensinamentos de Jesus vindo por meio da oração do Pai Nosso foram arrebatadores. Nós sabemos que a oração é classificada como o centro das Escrituras e serve como um modelo para as orações cristãs.

Um momento de união

Dizem que quando rezamos estamos conversando silenciosamente com Deus. Não importa a altura da sua voz, ao rezar, sua conexão se faz por meio da aliança com Deus. E assim é a oração; é através dela que nos entregamos e entregamos nossos anseios, graças e aflições.

Momento de Oração na Gruta do Pai Nosso (Jerusalém/Israel)

A oração do Pai Nosso, além de ter desígnios e ensinamentos essenciais, também nos emociona profundamente. Se deixarmos de lado a repetição desprovida de sentido e a forma maquinal de rezar, podemos sentir um maravilhamento vindo da oração. Pois a entrega que fazemos ao rezar o Pai Nosso, nos faz sentir em união. Não é a toa que estamos falando da oração que o Senhor nos ensinou!

O poder da simplicidade

Em poucas linhas, em poucos minutos, temos os ensinamentos mais profundos, o essencial para os cristãos. No início da oração do Pai Nosso, oramos para que sejamos levados em Sua direção; com a Santificação do Seu nome, com a vinda do Seu reino junto a nós. E que haja a predominância da Sua vontade. Seguimos pedindo pela misericórdia do olhar do Pai para que tenhamos o pão da alma e o pão da vida. Pedimos o perdão para nós e somos lembrados do perdão que devemos conceder a quem nos tenha ofendido. E, lembrando da nossa pequenez, pedimos que o Senhor nos proteja das tentações para que fiquemos livres de todo o mal.

As poucas palavras ditas na oração do Pai Nosso nos levam a refletir sobre nossas necessidades e fortalecem nosso elo de amor e confiança com nosso Criador. Para saber mais sobre o momento do ensinamento da oração, vamos voltar ao local em que ela foi ensinada.

A igreja do Pai Nosso

Andando pelas ruas da antiga Jerusalém, em direção à Igreja do Pai Nosso, nem imaginamos que ao passarmos por uma pequena porta, encontramos um lugar tão bonito e que inspira tanta paz. Passamos pela pequena porta e entramos nesse complexo hoje administrado pelas irmãs carmelitas chamado Igreja do Pai Nosso (também conhecida como Pater Noster).

No século IV d.C., no ano de 326, o imperador Constantino mandou construir, no local que guardava a Gruta onde Jesus ensinou o Pai Nosso, uma imponente basílica. A construção foi um pedido de sua mãe, Helena. A igreja que visitamos hoje já passou por algumas reformas.

Na invasão persa do ano de 14 foi destruída e depois uma outra foi erguida pelos Cruzados. Em meio a tantas marcas da História, o que nos salta aos olhos, são as paredes cobertas de painéis de cerâmica com mais de setenta inscrições em línguas diferentes com a oração do Pai Nosso. Depois que passamos pela Gruta e geralmente dedicamos um monte para fazermos a oração do Pai Nosso, ainda podemos seguir por corredores repletos das orações do Pai Nosso em diferentes idiomas.

Pai Nosso escrito em todas as línguas na parte externa da Igreja do Pai Nosso (Jerusalém/Israel)

Por receber peregrinos do mundo todo, é muito comum vermos as pessoas ansiosas para acharem a placa que tem a oração com o idioma de seu país.

Pai Nosso escrito em português, na Igreja do Pai Nosso (Jerusalém/Israel)

Quando encontramos, nossa vontade é logo de registrar esse momento! Nossos peregrinos adoram essa foto!

Peregrinas SacraTour na Igreja do Pai Nosso (Jerusalém/Israel)
A gruta do ensinamento

Andar em meio às várias placas com a oração do Pai Nosso, em línguas diferentes, nos faz pensar no imenso alcance dessas palavras e na força que tem a oração. Mas o local que mais toca nosso coração não é tão iluminado nem tão amplo. Estamos falando da Gruta onde a oração foi ensinada.

Gruta do Pai Nosso (Jerusalém/Israel)

A tradição nos conta que Jesus ensinou a oração do Pai Nosso a seus discípulos em uma gruta. Esse local tão emblemático para nós é chamado de Gruta do ensinamento. Acredita-se que Jesus tenha estado nessa gruta com seus discípulos muitas vezes, lá muitos mistérios teriam sido instruídos. A Bíblia nos conta que o ato de ensinar a oração aos discípulos não foi programado, Jesus a realizou devido a um pedido espontâneo.

Neste local nasceu a oração que acompanha os cristãos desde os primórdios da fé. Uma oração que também nos mostra que não estamos sozinhos, assim como nos diz Mateus em seu Evangelho ( Mt 6, 8-9) “… o vosso Pai sabe do que precisais, antes de vós o pedirdes. Vós, portanto, orai assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome…”

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Existe uma pequena cidade a menos de dez quilômetros de Jerusalém que guarda uma imensidão de significados históricos e espirituais. Ela se tornou o destino dos sonhos de muitos cristãos por ser imortalizada como a cidade onde Jesus Cristo nasceu. Hoje, nosso convite é para percorrermos os caminhos de Belém. Venha conosco nesta peregrinação pela cidade onde todo dia é Natal.

Natal em Belém, na Palestina

Belém acolhe a Sagrada Família

Belém ou Bethlehen, em hebraico, quer dizer “casa do pão”. A cidade palestina é conhecida mundialmente como o local onde Jesus nasceu.

De acordo com os relatos bíblicos, José e Maria partiram de Nazaré para Belém para que não precisassem participar do censo promovido pelas  autoridades romanas.

Sagrada Família (Belém/Palestina)

No evangelho de São Lucas vemos esse momento:

E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse
(Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria).
E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.


E subiu também José da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, de nome Belém (porque era da casa e família de Davi),
A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.

Lucas 2, 1-5
Sagrada Família, Jesus, Maria e José

Onde Jesus nasceu

E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz.
E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.


Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho.
E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.
E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo:
Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

Lucas 2, 6-11

Belém era um pequeno vilarejo com sua população formada por pastores. Era uma região bastante fértil e por isso ficou conhecida como Efrata que quer dizer milharal. Foi esse fato que deu à cidade de Belém a denominação de Belém Efrata ou Belém de Judá. Essa segunda denominação servia para diferenciá-la de outras cidades que tinham o mesmo nome.

Belém na Bíblia

Antes mesmo de ser o importante local onde Jesus nasceu, Belém já fora mencionada algumas vezes na Bíblia.

Bíblia Sagrada

Belém é a região do local de morte e sepultamento de  Raquel , esposa do Jacó :

E partiram de Betel; e havia ainda um pequeno espaço de terra para chegar a Efrata, e deu à luz Raquel, e ela teve trabalho em seu parto.
Aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás.
E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim.
Assim morreu Raquel, e foi sepultada no caminho de Efrata; que é Belém.
E Jacó pôs uma coluna sobre a sua sepultura; esta é a coluna da sepultura de Raquel até o dia de hoje.

Gênesis 35, 16-20

Um lugar sagrado

Também  podemos ver a cidade de Belém em menções bíblicas como:

"Ora, aconteceu que um adolescente de Belém de Judá, da tribo de Judá o qual era levita e morava ali, partiu da cidade de Belém de Judá para procurar uma morada. Seguindo o seu caminho, chegou à montanha de Efraim, à casa de Micas. “De onde vens?” – perguntou-lhe este –. “De Belém de Judá – respondeu o levita – e via­jo em busca de um lugar onde me fixar.”"
Juízes, 17, 7-9

Entre as muitas citações bíblicas envolvendo a cidade de Belém, anteriormente ao nascimento de Jesus, uma das mais conhecidas é a do Antigo Testamento no livro de Rute, em que  encontramos :

No tempo que governavam os juízes, sobreveio uma fome na terra. Um homem partiu de Belém de Judá, com sua mulher e seus dois filhos, indo morar nos campos de Moab. Chamava-se Elimelec e sua mulher Noemi; seus dois filhos chamavam-se Maalon e Quelion; eram efra­teus de Belém de Judá. Chegados à terra de Moab, estabeleceram-se ali.

Rute 1, 1-2

A BELÉM DE HOJE

Igreja da Natividade (Belém/Palestina)

Muito diferente do polo de peregrinação dos tempos atuais, na época no nascimento de Jesus, Belém era um vilarejo pequeno em população e bastante rústico. E foi neste local, com essa extrema simplicidade, em meio aos animais que veio ao mundo o Nosso senhor. Hoje, Belém abriga atualmente uma das maiores comunidades cristãs do mundo.

Quando peregrinarmos por Belém e chegamos ao seu centro, encontramos o local de maior importância: a Basílica da Natividade. Ou seja, é neste local sagrado que podemos conhecer a gruta em que Jesus nasceu. Este local teve desde o início do cristianismo o título de Sagrado.

Por isso, no decorrer dos anos, muitas outras construções tentaram protegê-lo, por ter também passado por tentativas de destruições. Muitos esforços foram feitos para que hoje pudéssemos adentrar à:

A igreja da Natividade

A Basílica da Natividade foi construída sobre a caverna onde aconteceu o nascimento do Menino Jesus . Pelos anos de existência, a Basílica da Natividade, a busca pela preservação e manutenção deste local sagrado sempre foi muito grande e, por isso mesmo, em 2012 a UNESCO deu à Igreja da Natividade o título de Patrimônio Mundial da Humanidade.

Igreja da Natividade (Belém/Palestina)

A Basílica da Natividade é o segundo lugar mais visitado na Terra Santa. Em primeiro lugar, temos o Santo Sepulcro e em seguida a Basílica da Natividade, que em tempos habituais, chega a receber por volta de 2 milhões de visitantes por ano.

Grupo de peregrinos SacraTour em frente a Basílica da Natividade (Belém/Palestina)

Uma das igrejas mais antigas do mundo

 Estima-se que a construção da Basílica da Natividade  teve início no ano de 326. A primeira construção foi executada pelo imperador Constantino e sua mãe Helena, no século IV e, a que se vê atualmente, foi construída por Justiniano em 530 d. C. Todos esses anos de construção e reforma fazem da Basílica da Natividade uma das mais antigas do mundo.

Igreja da Natividade (Belém/Palestina)

Quando visitamos atualmente a Basílica da Natividade a vemos quase completamente renovada. O trabalho de restauração iniciado em 2013 já restaurou os mosaicos e colunas à sua antiga glória após 600 anos. “Esta é uma das maneiras de aumentar o turismo e garantir que os cristãos, atingidos pela crise econômica, não deixem esta terra”, disse o prefeito de Belém, Anton Salman, à Associated Press. “A igreja é linda, todos os cristãos do mundo deveriam visitá-la.”

Igreja da Natividade (Belém/Palestina)

A Porta da Humildade

Para que possamos entrar na Basílica, primeiro precisamos passar pela “Porta da Humildade”. A porta recebe esse nome por possuir apenas 125 cm de altura.

Porta da Humildade, na Igreja da Natividade (Belém/Palestina)

Diz a tradição que essa porta foi feita tão pequena para que não pudesse ser invadida por homens em seus cavalos, mas para nós o significado é distinto.

Porta da Humildade, na Igreja da Natividade (Belém/Palestina)

Por termos que nos curvar para entrar na basílica, consideramos esse ato como um sinal de humildade.

Peregrina SacraTour passando pela Porta da Humildade, na Igreja da Natividade (Belém/Palestina)
Gruta da Natividade

Uma vez dentro da Basílica, podemos visitar a Gruta da Natividade. Em outras palavras, podemos ter o privilégio de ajoelharmos e tocarmos a estrela de prata de quatorze pontas. Ela está no chão da Gruta consagrando o local exato do nascimento de Jesus.

A estrela que indica o local onde nasceu Jesus, nosso Salvador! (Belém/Palestina)

Em primeiro lugar, imagine a emoção ao tocar no marco da manjedoura e contemplar o lugar do nascimento Daquele que veio ao mundo para a nossa salvação!

Peregrinos tocando o local onde Jesus nasceu, momento de muita emoção na Igreja da Natividade! (Belém/Palestina)
Praça da Manjedoura

Assim que saímos da Basílica da Natividade, podemos ver a Praça da Manjedoura, local de comemoração no período das festas natalinas. É neste local de Belém, tão importante para os cristãos, que as pessoas se reúnem para cantar canções de Natal antes da meia-noite.

O Natal iluminando toda a Belém! (Palestina)

Belém: a cidade Sagrada

Estar em Belém é como estar intimamente próximo ao sagrado, ou seja, podemos sentir a renovação das esperanças de renascimento.

Ao peregrinar por Belém, nos embrenhamos por uma cidade repleta de . E, o mais importante, é que podemos simbolicamente tocá-la e, ao mesmo tempo, nos deixarmos tocar pelo mistério que envolve a cidade que é a “Capital do Natal”.

Peregrino SacraTour tocando a estrela que indica o local onde Jesus nasceu (Belém/Palestina)

E você? Tem vontade de conhecer Belém? Ou já conhece? Escreva em nossos comentários como foi essa experiência ou como você imagina que será.

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Muitas pessoas sonham em conhecer os locais sagrados por onde Jesus pisou. Na Terra Santa são muitos os locais que nos emocionam por guardarem a graça de terem acolhido o nosso Senhor.

O que nos comove e encanta também são os passos da Sagrada Família. Entre os locais por onde estamos acostumados a peregrinar, um se destaca pelos milagres concedidos para quem busca também construir uma família. Você já sabe de qual lugar estamos falando? Sim, é da Gruta do leite! Vamos saber um pouco mais sobre os milagres vindos pelas mãos de Nossa Senhora?

Nossa Senhora

A fuga e o abrigo

Antes de sabermos mais sobre a Gruta, vamos entender como ela entra na vida da Sagrada Família. Isso acontece quando a Sagrada Família sai do Egito, fugindo de Herodes que tinha ordenado a execução de toda criança com menos de dois anos com medo de perder seu trono para o recém-nascido “Rei dos Judeus”.

A Gruta do Leite, local onde a Virgem Maria amamentou Jesus (Belém/Palestina)

Conta a tradição que foi na Gruta do Leite que Maria deu de mamar ao menino Jesus. Uma gota de seu leite teria caído numa rocha que logo ficou toda branca. A partir daí, iniciou-se uma tradição secular em que as pessoas começaram a usar esse pó para alcançarem seus pedidos relacionados à maternidade. Mulheres e casais do mundo todo usam o pó da gruta quando não conseguem engravidar, ou quando a mulher não tem leite para amamentar.

Nossa Senhora do Leite e do Bom Parto no interior da Gruta do Leite (Belém/Palestina)

Histórias de fé

Os testemunhos de pessoas que alcançaram milagres depois de rezarem e tomarem o pó são muitos. Estima-se que mais de 4.000 pessoas tenham testemunhado milagres com o “ pó da gruta”, e isso só nos últimos 12 anos! Esse local tão especial, que abrigou a Sagrada Família, fica próximo à Basílica da Natividade, lá peregrinos do mundo todo fazem suas orações pedindo a intercessão de nossa Mãe. Convidamos alguns dos nossos peregrinos para nos contarem como viveram os milagres concedidos por Nossa Senhora. Muitos dos nosso Peregrinos levam o pó da Gruta para amigos e familiares e foi o que aconteceu com a nossa peregrina Rosely Ardigo de Faria ela nos conta como foi a ida à Gruta do leite:

“Quando cheguei à Gruta do leite e vi aquela imagem de Maria amamentando o menino Jesus...foi muito emocionante! Foi lindo ouvir que muitas mães realizaram seu sonho de ser mãe”!

Logo veio na minha mente o sonho de meu filho, Dario, e minha nora, Amanda, de terem um bebê! Foi aí foi que comprei a novena e o pozinho. Eu trouxe 2 pacotinhos com a novena, pois eu estava também com uma irmã que recém teve embolia pulmonar e ainda estava em recuperação. Quando cheguei em casa dei para minha nora fazer a novena com muita fé e tomar o pozinho pois eles fizeram a novena e ....”

Convidamos a nora da Rosely, que ganhou o pó, para nos contar sua história:

“Oi, meu nome é Amanda e sou casada com Dario, nos casamos no ano de 2016 e em 2018 decidimos ter um bebê. Tentamos durante um tempo, mas sem sucesso.

Me lembro de ter ganhado de minha sogra um pó que veio da gruta onde Jesus foi amamentado, nele dizia que se rezássemos com fé a graça de ter um filho seria recebida. Começamos uma novena e rezamos com fé. Depois de um tempo procuramos um médico e descobrimos que eu estava com ovário micropolicístico e por isso eu não ovulava.

O médico me disse que eu não engravidaria sem tratamento. Mas eu escolhi não começar o tratamento para não ficar frustrada se não conseguisse engravidar logo. Três semanas depois, no dia 02/07/2019, chegou nosso tão sonhado POSITIVO...

Amanda e Dario, que receberam o tão sonhado milagre!

Para Deus nada é impossível! Hoje estamos aqui com nosso pacotinho de amor cheio de saúde, nosso Miguel.

Amanda, Dario e o pequeno Miguel

O milagre multiplicado

Muitas pessoas sabem das histórias de milagres envolvendo a gruta do leite e não perdem a oportunidade de pedir a quem vai à Terra Santa que reze por elas, ou mesmo pedindo que tragam o pó com a oração. Esse foi o caso do casal Érica Caroline Suave Garcia e José Vanderlei Garcia Junior:

“Conhecemos a História da Gruta do Leite, através do nosso amigo, Padre Marcio França, que foi à Terra Santa, e como já conhecia nossa história, rezou por nós e nos trouxe o pó da Gruta do Leite.

Fiquei muito feliz e emocionada, pois estávamos a quase dois anos tentando engravidar. Usei o pó da Gruta do Leite, e eu e meu esposo pedimos com muita fé, para que Deus nos abençoasse com um filho! Após três meses, descobri que estava grávida... Com a graça de Deus tive uma gestação abençoada e nosso primeiro milagre, o Miguel, chegou com muita saúde! Hoje ele tem quatro anos, e tem uma irmã de um ano, nossa Maria Luiza!

Um mês antes de engravidar da Maria Luiza, usei novamente o pó da Gruta do Leite e recebemos mais uma graça! Agradecemos todos os dias a Deus e a Nossa Senhora pelas bênçãos recebidas, e pela vida e saúde de nossos filhos, Miguel Suave Garcia e Maria Luiza Suave Garcia!

Érica e José Vanderlei com os filhos, Miguel e Maria Luiza, seus milagres!
Uma história de gratidão

Emocionante, não é?! A nossa peregrina, Elenice Zamberlan Inocente , também compartilhou sua história de gratidão com Nossa Senhora:

“A minha peregrinação foi inesquecível principalmente quando visitamos a igreja onde o anjo apareceu a Nossa Senhora dizendo que ela conceberia um filho, Jesus. Isso me tocou muito porque lembrei da minha nora Juliana que conseguiu engravidar depois de várias tentativas! Foi uma benção! Hoje o meu neto, Murilo, está com 10 meses e com muita saúde. Sou muito grata por Deus ter me permitido fazer essa viagem uma lembrança muito boa.”

Juliana com o marido e o pequeno Murilo, seu milagre!

Esses são alguns depoimentos de pessoas que viram o amor nascer. Por intermédio de Nossa Senhora, tiveram suas súplicas alcançadas. Maria e José reuniram todas as forças para formarem não apenas uma família, mas a Sagrada Família. Que o ideal de amor e compaixão que vive no símbolo dessa família acompanhem todos aqueles que desejam também ver nascer e frutificar o amor e a fé.

Menino Jesus (Belém/Palestina)
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Você vai se lembrar dessas palavras de Jesus narradas pelo evangelista São Mateus: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos” (Mt 11,25).

O "Moinho de Boly", casa de Santa Bernadette (Lourdes/França)

A jovem Santa Bernadette

Foi exatamente o que aconteceu em Lourdes. A jovem vidente Bernadette Soubirous era a primogênita de uma família de três filhos. Seus pais empreenderam com um pequeno moinho de trigo, mas vendiam tanto “fiado”, que acabaram indo à falência. A piedade do governo permitiu que eles recebessem um canto para morar: a prisão! A família passou a morar em um cubículo.

Bernadette, que sempre teve a saúde fragilizada, sofria constantemente de asma. A situação toda da família impediu que ela estudasse. Não sabia francês, apenas o dialeto local, e e não chegou a aprender todo o Catecismo.

Essa menina simples, que em 1858 tinha apenas 14 anos, foi a escolhida para receber a visita de Nossa Senhora em Lourdes.

Se você quiser saber todas as suas visões de Nossa Senhora em Lourdes, acesse aqui.

Gruta de Massabielle na parte externa do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes (Lourdes/França)

Tão logo as aparições começaram, a notícia já se espalhou por toda região e foi cada vez maior o número de pessoas indo atrás de Santa Bernadette. E conforme os milagres iam acontecendo, você já pode imaginar como ficou a vida dela, não é?

1 – A mudança para Nevers

Depois das aparições vivenciadas em Lourdes e do forte assédio sofrido por pessoas que tentavam obter partes de suas vestes ou cabelo como forma de relíquia, Bernadette vai para Nevers como uma tentativa de se esconder e ter um pouco de paz. Após três dias de viagem de Lourdes até Nevers, Bernadette chega em 1866 ao local que seria sua nova morada.

É em Nevers que ela aprende sobre o noviciado com as Irmãs da Caridade e ganha uma profissão, torna-se enfermeira. Mesmo asmática, com tuberculose e câncer no joelho, Bernadette não media esforços na ajuda ao próximo, pois trabalhava mesmo quando doente.

Santa Bernadette Soubirous (França)

Na época de Bernadette, no convento das Irmãs de caridade, viviam mais de 150 pessoas, entre noviças, religiosas e ajudantes de serviço. O espaço, que hoje abriga um imenso jardim que nos convida a uma caminhada reflexiva, na época era uma grande horta que servia como fonte de alimentação para os moradores.

Espaço Bernadette Soubirous (Nevers/França)

Ainda no jardim encontramos uma pequena capela onde anteriormente fora enterrado o corpo de Bernadette, a capela de São José, santo de sua grande devoção.

Nevers, França

Outro lugar muito especial ali é um pequeno espaço com a imagem de Nossa Senhora das Águas. Bernadette gostava muito desse lugar, era como um refúgio quando sentia saudades de sua família ou quando queria fazer uma oração mais íntima era para lá que ela ia. Ela dizia que Nossa Senhora das Águas era uma imagem que lhe agradava muito, pois lembrava a Nossa Senhora vista nas aparições; com os braços estendidos e um semblante calmo e sorridente.

Embora Bernadette tenha feito a descrição da imagem da aparição de Nossa Senhora para artesões da época, ela dizia que jamais alguém conseguiria traduzir a beleza e a magnitude da imagem que ela viu.

Imagem de Nossa Senhora na gruta (Nevers/França)

No Convento, Bernadette falou uma vez sobre as aparições de Nossa Senhora. Contou no dia em foi ordenada para um público de 300 religiosos em extremo silêncio dentro da sala de conferência detalhes das visões que teve. Depois desta narração, ela ganha o hábito das Irmãs da Caridade e não volta mais a falar sobre o assunto.

O uniforme a torna igual a todas e esse relato representa simbolicamente o fim de sua celebridade, falando pela última vez das aparições, agora ela seria uma irmã como as outras e, neste momento, Bernadette passa a ser chamada de Irmã Maria Bernarda.

Espaço Bernadette Soubirous (Nevers/França)

2 – Os Milagres de Lourdes

Depois das aparições, Bernardete ficou em casa com a família, mas era muito assediada pelas pessoas e por congregações que a queriam. Muito humilde e simples, sem dote, acabou ficando em casa. Todavia, cansada dos incômodos, resolveu aceitar e entrar em uma congregação. Pediu para entrar em Nevers. Tendo sido aceita, entrou para o convento em 07 de julho de 1866.

De uma infinidade de acontecimentos marcantes, vamos relembrar aqui, apenas alguns que possuem características absolutamente sobrenaturais.

Antes de entrar ao convento, ainda em Lourdes, a Superiora do hospital do local, Madre Alexandrina Roques, sofreu, após uma queda, uma torção que a condena a longo repouso, num período difícil, de muito trabalho, quando era muito solicitada por suas ocupações.

Manda chamar Bernadete e lhe diz: "Não posso ficar de cama estas cinco semanas, sobretudo neste momento em que aqui há tanto o que fazer. É preciso que a Santa Virgem me cure e ponha de pé. Vai lhe dizer isto na Capela". E ela foi. No dia seguinte, a Superiora estava de pé, sem nenhuma torção, para espanto do médico que, contudo, já devia ter visto coisas idênticas e outras até mais extraordinárias, em Massabieille.

Espaço Bernadette Soubirous (Nevers/França)

Também depois de se mudar a Nevers teve várias oportunidades para ajudar o próximo. Certa vez uma mãe cujo filho morria, vai até o Convento e leva a coberta do berço da criança, com pretexto de que o bordado não estava terminado. Conversa com a Madre Superiora e lhe suplica que dê a Irmã Maria Bernarda para acabá-lo. A Madre concordou e levou a coberta onde ela se encontrava com as outras irmãs, e disse: "Está aqui uma coberta cujo bordado está errado; a dama que o trouxe pergunta se alguma de vocês poderia consertá-lo?".

Ao que Bernadette respondeu: "Isto é fácil! Essas belas damas da sociedade enganam-se no seu trabalho e somos nós que o temos de arranjar. Enfim, apesar de tudo, dê-o cá; vou tentar consertar isso". E a mãe do pequenino doente, já desenganado pelos médicos, passou a coberta sobre o berço, e seu filho ficou logo milagrosamente curado.

Aconteceu, em outra oportunidade, que uma mãe com sua filha portando uma incurável enfermidade que a impedia de andar, decidiu levá-la ao Convento, porque a medicina nada mais podia fazer por ela. Entendeu-se com a Superiora, que logo depois chamou Bernadette: "Irmã Maria Bernarda, quer tomar nos braços esta criança, enquanto eu falo com esta senhora? Sobretudo, não a ponha no chão". Ela afastou-se com a criança para debaixo dos castanheiros; quando a Superiora veio procurá-la, encontrou-a chorando, com receios de ser censurada.

A criança debatera-se de tal modo nos seus braços, que se viu obrigada apesar da proibição, colocá-la no chão, por onde andava e corria com toda alegria, em volta dela. A mãe ficou emocionada e chorou de satisfação, enquanto a Superiora apressadamente mandou Bernadete dar um recado na outra extremidade do Convento, para preservar a sua humildade. A criança estava totalmente curada, sorria descontraída e satisfeita brincava ao redor de sua mãe.

Assim, Nosso Senhor aliviava os sofrimentos das pessoas que tinham fé pela intercessão de Nossa Senhora, concedendo as graças ao suplicante por meio das mãos inocentes de Bernadette. O sagrado era tão natural à sua vida que Santa Bernadette não se espantava com os acontecimentos. Depois de sua morte, os milagres multiplicaram-se em torno de seu túmulo, com uma frequência notável.

3 – A morte de Bernadette

A Irmã Maria Bernarda passou por alguns quartos da enfermaria em enquanto esteve doente, mas em seus últimos dias, quando já estava muito enferma, foi colocada na enfermaria que ela chamaria de Capela branca. Prestes a morrer e sentindo muita dor, ela diz que suas dores são tão fortes que ela se sentia como um grão de trigo sendo esmagado no moinho.

No dia 28 de março de 1879, pela quarta vez recebeu a Extrema Unção. Protestou: "Curei-me todas as vezes que a recebi". Depois do Santo Viático ministrado pelo Padre Febvre, disse: "Minha querida Madre, peço-lhe perdão por todos os sofrimentos que lhe causei, com minhas infidelidades na vida religiosa e peço também perdão às minhas companheiras dos maus exemplos que lhes dei... sobretudo com o meu orgulho!".

Durante a Semana Santa, celebrada do dia 6 ao dia 13 de abril, os escarros agravaram-se e ela pede um "alívio": "Se pudesse encontrar na sua farmácia qualquer coisa para aliviar os meus rins, estou toda esfolada". E de outra vez manifestou-se assim: "Procure então nas suas drogas... qualquer coisa para me fortificar. Não tenho forças nem para respirar. Mande-me vinagre bem forte para cheirar". Depois mandou tirar todas as imagens e estampas de Santos que ornavam o seu quarto. E mostrando o Crucifixo, disse: "Somente Jesus!". Ele lhe bastava!

Quando as outras Irmãs, companheiras de Bernadette, vão ao seu encontro para rezar e se despedirem, uma delas pede para que no céu ela não se esqueça dela, e Bernadette diz “No céu não me esquecerei de ninguém”, ou seja, todos aqueles que rezarem por Santa Bernadette não serão esquecidos.

Por fim, às 15 horas do dia 16 de abril de 1879, ainda jovem com 35 anos de idade, morreu Bernadette depois de um intenso e penoso sofrimento que lhe impuseram seus diversos males. Fez um grande sinal da Cruz, pegou no copo contendo a bebida fortificante que lhe apresentaram, toma por duas vezes algumas gotas e inclinando a cabeça, entrega docemente a sua alma.

Corpo incorrupto de Santa Bernadette Soubirous no Convento de Saint-Gildard (Nevers/França)

Tão pura e com tanto amor a Deus e à Virgem Maria, que tinha receios, mesmo involuntariamente, de os ofender. Isto transformou-se para ela num grande drama moral, que a atordoou bastante, nos últimos dias de vida.

Viveu como manda o Evangelho e ofereceu exemplos de vida para todas ocasiões e para o mundo viver o conteúdo da mensagem divina, que ela recebeu na gruta de Massabieille: "Pobreza, Oração e Penitência". O seu encanto transparece mais visível e brilhante, nos milagres que ocorreram por sua intercessão e que fizerem com que ela fosse proclamada Santa, antes mesmo de ser canonizada.

Os muros de sua capela funerária, estão hoje repletos de "ex-votos", emblemas vivos de sua eficaz mediação junto à Mãe de Deus. Ela também fazia maravilhas ao longe, mesmo sem intervenção de relíquias e de imagens, tendo sem cessar, feito prevalecer a força e o poder do Espírito Santo.

Trinta anos após sua morte, em 22 de setembro de 1909, foi aberto o caixão para reconhecer os despojos mortais. Seu corpo estava intacto, a tez estava branca. A 13 de abril de 1925, exumaram-na pela última vez, Bernadette, ainda intacta, parecia que estava adormecida. Cobriram sua face e suas mãos com cera e a colocaram sobre cetim, seda e rendas, na Capela, onde hoje encontra-se à veneração de todos, no Convento de Saint Gildard, em Nevers, na região do Loire, na França.

Na capela, que está no centro do espaço, encontramos o corpo incorrupto de Bernadette. Uma peculiaridade deve ser levada em consideração; a primeira imagem que temos ao adentrarmos a capela não é o corpo de Bernadette, mas sim a imagem de Jesus no crucifixo, e isso reflete a vontade de Bernadette de sempre se voltar a Jesus em primeiro lugar, assim como dizia em suas orações “Somente Jesus”.

O corpo de Santa Bernadette encontra-se hoje em uma redoma de vidro e foi posto assim após três exumações que constataram a forma intacta do corpo, isso fez parte do processo de santificação, mas devemos nos ater ao fato de que Bernadette não foi tida como santa pelo estado de seu corpo, mas sim por toda sua vida que foi vivida segundo o evangelho. Devemos nos lembrar de que o corpo de Santa Bernadette é apenas um sinal de Deus para nos lembrar que Ele conserva quem se conserva no caminho dEle.

4 – A gruta em Nevers

Existe uma réplica da gruta de Massabielle em Nevers, no Espaço Bernadette, que foi feita logo depois da morte de Bernadette, já que muitos peregrinos passaram a visitar o espaço e pediam por uma réplica da gruta de Lourdes.

A gruta é um ponto de reflexão e oração. Diferencia-se do Santuário de Lourdes, pois enquanto em Lourdes há uma efusão de pessoas e movimentação, em Nerves podemos sentir a calma e apreciarmos o silêncio do lugar.

A gruta conta com uma pedra vinda de Lourdes para que a importância de Nossa Senhora seja sempre lembrada e reverenciada.

Gruta de Nossa Senhora de Lourdes em Nevers (França)

5 – Oração a Santa Bernadette

Senhor, que vos dignastes conceder à jovem Bernadete a graça de ver vossa mãe Santíssima e com ela conversar e orar, concedei também a mim uma maior devoção para com Maria Santíssima e a graça de boa saúde e disposição do corpo e da alma.

Santa Maria, rogai por nós!

Santa Bernadete Soubirous, rogai por nós!

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