Dia 31 de Julho se comemora o Dia de Santo Inácio de Loyola. Inácio nasceu em 24 de dezembro de 1941, no castelo de Loyola, na Espanha. Último de treze irmãos, sua mãe morreu quando tinha apenas sete anos, quando passou a viver na corte sob a responsabilidade de seu parente Juan Velasquez, tesoureiro do reino de Castilha. Em 1517, entrou para o exército, mas ferido durante a Batalha de Pamplona (1521) teve que passar um longo período no castelo de seu pai para recuperar-se.
Durante esse período de convalescença, leu numerosos textos religiosos sobre a vida dos santos e a vida de Jesus, o que o leva à conversão. Decidiu inspirar-se em São Francisco de Assis e foi viver na Terra Santa como mendicante, mas foi obrigado a retornar à Espanha.
Os Exercícios Espirituais
Inácio elaborou um método próprio de oração e contemplação resultado de suas experiências, o que mais tarde se tornou os “Exercícios Espirituais”, método que descreve uma série de meditações, que será adotado pela Ordem dos Jesuítas. Depois de estudar em Paris para aprofundar a própria cultura literária e teológica, funda em 1534 a Companhia de Jesus, com o objetivo de viver como missionários em Jerusalém ou em outros lugares segundo as determinações do Papa.
Em junho de 1537, Santo Inácio foi ordenado sacerdote, em Veneza. Queria, a princípio, se estabelecer em Jerusalém, mas o lugar, estava em guerra. Sendo assim, resolveu partir para Roma e se colocar à disposição da Igreja e do Papa. No caminho, parou na Capela de La Storta e teve uma visão mística maravilhosa da Santíssima Trindade. A Companhia de Jesus, com a intenção de reforçar a Igreja de Roma, inicialmente, contra o protestantismo, será determinante no sucesso da Contrarreforma. Inácio de Loyola, morreu em Roma em 31 de julho de 1556.
Após a sua canonização, o corpo foi colocado em uma urna de bronze dourado na Capela de Santo Inácio, na Igreja de Jesus (Chiesa di Gesù) em Roma.
A Igreja de Santo Inácio em Roma
Em 1626, o Cardeal Ludovisi mandou construir uma igreja em honra a Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus (Ordem dos Jesuítas). A Igreja foi edificada ao lado do Palácio do Colégio Romano. A Igreja possui uma planta em forma de cruz latina, com uma abside e muitas capelas laterais. Possui também uma tela com 13 metros de diâmetros que imita uma cúpula sustentada por colunas. Para admirar essa perfeição, é necessário colocar-se em um ponto indicado no chão por um disco de mármore. O interior da igreja é caracterizado por pedras preciosas, mármores, estuques e dourado, que cria uma atmosfera teatral.
Os cômodos onde viveu Santo Inácio (1491-1556), que em 1534 fundou a Companhia de Jesus, se encontram dentro da Casa Professa, também conhecida como Colégio Internacional dos Jesuítas, que conserva a primeira obra romana de Andrea Pozzo (1642-1709), um irmão jesuíta. Ele realizou toda a decoração do corredor de acesso aos cômodos, um ambiente estreito e baixo, decorado com o sistema de perspectivas anamórficas, segundo o qual as imagens se transformam pouco a pouco conforme se avança para o centro do ambiente. Esses cômodos estão abertos para a visitação grátis, sendo necessário agendamento prévio.
Mosteiro de Montserrat em Barcelona
Em 1552, foi documentada uma visita de Santo Inácio de Loyola ao Mosteiro de Montserrat. O enorme complexo, na Catalúnia, está a 40 km de Barcelona e, é constituído por dois blocos de edifícios: de um lado está a basílica com as dependências dos monges e do outro lado, os edifícios destinados aos peregrinos e visitantes.
A visita ao Mosteiro tem início na Praça da Cruz que recebe esse nome por causa da cruz que está à direita da praça e é um monumento dedicado a São Miguel Ancanjo, patrono da montanha de Montserrat. A figura mais representativa de todas as presente no Mosteiro é a de Santo Inácio de Loyola, um cavaleiro convertido, que veio a Montserrat para depor a sua espada aos pés da Virgem Maria.
Ao chegar em Montserrat, preparou-se para a confissão de fé de toda a sua vida, entregou suas armas e suas roupas aos pés da imagem da Virgem de Montserrat - "La Moreneta" e vestiu o hábito. Permaneceu ali por um ano. Esse período é crucial para entendermos as suas motivações, pois marcou o início de sua grande obra: Os Exercícios Espirituais.
Mosteiro de São Pedro Mártir
Partindo de Montserrat, Santo Inácio continuou com uma rotina de severos jejuns, penitências e orações para combater a sua vaidade. Foi acolhido pelos dominicanos do monastério de São Pedro Mártir, onde compreendeu melhor o ideal apostólico. Santo Inácio era um homem dado a êxtases místicos e compreendia como ninguém as ações de Deus.
Basílica de Santa Maria del Mar de Barcelona
Nesta basílica o escultor Lau Feliu representou Santo Inácio de Loyola como um mendigo com a mão estendida e pés descalços pedindo esmola. Essa escultura de bronze foi colocada no lugar onde Inácio pedia esmolas durante sua estada em Barcelona, entre os anos de 1524 e 1526. Inácio ficou conhecido em Manresa como o “homem do saco”, porque ele entregou suas vestes de cavaleiro a um pobre e depois se vestiu com saco para continuar sua peregrinação até Montserrat.
Por esse motivo, no lugar se pode encontrar um espaço que faça memória do santo, um espaço de oração e contemplação. Para quem passe por Santa Maria del Mar, há a possibilidade de aprender com a vida do santo, pois quem conhece a espiritualidade inaciana sabe que isso tem a ver com sua experiência vital. Dessa forma, em outro contexto e em outras circunstâncias, cada um de nós é chamado a ser peregrino, a buscar e a encontrar a Deus em todas as coisas, e a aprender com Inácio, a amar e a servi-lo em tudo.
Uma das festas litúrgicas mais bonitas na tradição da Igreja é a festa mariana dedicada à Nossa Senhora do Monte Carmelo (Nossa Senhora do Carmo), sendo essa uma das devoções mais antigas e mais amada pelos cristãos de todo o mundo. Esta festa está ligada à história e aos valores espirituais da Ordem dos Frades da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo (Carmelitas). A festa litúrgica foi instituída para comemorar a aparição do dia 16 de julho de 1251 a São Simão Stock, na época prior geral da ordem carmelitana, durante a qual Nossa Senhora entregou-lhe um escapulário em tecido, revelando notáveis privilégios ligados ao seu culto e devoção.
Raízes bíblicas
O Monte Carmelo está situado a 546 metros acima do nível do mar e pode ser considerado como “um dos maiores pontos turísticos da Terra Santa. Nessa região, encontramos o Vale de Jesreel e muitos outros pontos bíblicos” (Pedrini e Brunet, 2013).
No Primeiro Livro dos Reis no Antigo Testamento, temos a narrativa de que o Profeta Elias, formou uma comunidade de homens sobre Monte Carmelo, que em aramaico significa “jardim”, e ali operou em defesa da pureza da fé em Deus, vencendo dos desafios contra os sacerdotes de Baal (Cf. 1Rs 18,17-40) no século IX antes de Cristo. Em 1154 d. C., neste local, se estabeleceram comunidades monásticas cristãs. Eles edificaram uma pequena igreja, dedicando-a à Virgem Maria, e assumiram o nome de Irmãos de Santa Maria do Monte Carmelo. Desse modo, o Carmelo, assumiu, os seus dois elementos caracterizantes: a referência ao profeta Elias e a ligação com Maria Santíssima.
A devoção espontânea à Virgem Maria, sempre difundida desde os primeiros tempos apostólicos, foi passando através dos séculos e oficializada sob tantos títulos, ligados à sua virtude, aos lugares onde surgiram santuários e igrejas, às aparições da Virgem em vários lugares ao longo dos séculos, ao culto instaurado pelas Ordens Religiosas, até chegar aos dogmas promulgados pela Igreja.
A devoção a Nossa Senhora do Carmo foi propagada por São Simão Stock, porque a tradição conta que em 16 de julho de 1251, a Virgem Maria, circundada por anjos e com o Menino Jesus no braço, apareceu a ele e lhe deu o escapulário com o “privilégio do sábado”, que consiste na promessa da salvação do inferno para aqueles o usam e a libertação das penas do Purgatório no sábado seguinte à sua morte.
O uso do escapulário não representa uma simples devoção, mas uma forma simbólica de “revestimento” que lembra as vestes dos carmelitas e também uma entrega e consagração à Virgem Maria, para viver sob a sua proteção, e enfim, uma aliança e uma comunhão entre Maria e os fieis. Essa consagração, se traduz no esforço que o fiel deve fazer para imitar a Maria, ao menos em suas intenções. “A devoção ao Escapulário já fez derramar sobre todo o mundo rios de graças espirituais e temporais” (Papa Pio XII).
Vamos para o Monte Carmelo com a gente?
Em nossas viagens para a Terra Santa, você encontra um roteiro que te acompanha em peregrinação sobre o Monte Carmelo, que é símbolo de beleza e esplendor, e ao qual se pode chegar ao cume por meio de ônibus, carro ou van.
No Monte Carmelo, o peregrino se aproxima de três realidades: O Manto do Profeta Elias, que acende no peregrino a nostalgia do céu, o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, que o protege dos perigos na terra e a Capa dos Carmelitas, que ensina ao peregrino o silêncio e a oração. Por isso, o Santuário “Stela Maris” de Haifa faz parte de um roteiro preparado pela SacraTour especialmente para você que deseja ser nosso peregrino e companheiro de viagem. Que nossa Senhora do Monte Carmelo proteja com sua presença a tantos quantos se recomendem à sua intercessão e proteção materna.
Fontes: A Bíblia Sagrada / Ariel Finguerman, A Terra Santa do Peregrino. / Lachiesa.it / Nayara Pedrini e Tiago Brunet. Manual do Peregrino na Terra Santa, 2013.
Vamos conhecer a história de Santa Clara de Assis, a padroeira da televisão que teve um modo de viver novo e revolucionário.
Assisi, como é conhecida na Itália era habitada pelos Umbros, mas sucessivamente, a cidade recebeu influência etrusca e romana, como atestam a fachada do Templo de Minerva, os restos do Fórum, os muros romanos e o anfiteatro. Depois da queda do Império Romano, por volta de 545 da era cristã, a cidade foi invadida por godos e lombardos, sendo que somente no ano 1000, se tornou uma cidade independente, desenvolvendo-se grandemente graças aos movimentos monásticos, sobretudo, dos mosteiros beneditinos.
No ano 1180, nasceu São Francisco de Assis, o cidadão mais famoso de Assis. Famosa também foi a sua renúncia pública na praça de Assis, a todos os bens de seu rico pai. Desse modo, Francisco abandonou as atrações mundanas e começou a pregar o Evangelho de modo direto e cativante, sendo que esse modo novo e revolucionário de viver atraiu também Clara, que junto com sua irmã e muitas outras jovens começaram a viver na pequena igreja de São Damião, criando a ordem da Clarissas, intitulada à Clara.
Santa Clara de Assis: um modo de viver novo e revolucionário
Clara nasceu em Assis, no ano de 1194 de uma das famílias mais nobres da cidade. A sua mãe, Ortolana, próximo de dar à luz, orava intensamente para que o Senhor a salvasse dos perigos do parto. Uma voz lhe assegurou: “não temas, darás ao mundo uma luz que acrescentará luz à própria luz”. Iluminada por esta profecia quis que a menina se chamasse Clara (Chiara).
A prematura morte do pai e as dificuldades econômicas contribuíram para formar em Clara um caráter decisivo e temperado. Tudo lhe seria necessário para a vida evangélica na qual entraria mais tarde, quando renunciou ao matrimônio programado por seus parentes e se consagrou a Deus cortando os cabelos e, indo alojar-se na pequena igreja de São Damião.
Padroeira da televisão
Em 17 de fevereiro de 1958, Santa Clara foi declarada pelo Papa Pio XII a santa padroeira da televisão e das telecomunicações. Segundo uma tradição, no dia de Natal, Francisco estava servindo a Missa e, Clara, não pode participar porque encontrava-se enferma em seu leito. Querendo participar da celebração, as crônicas contam que depois de orar em silêncio, apareceu em seu quarto uma visão da Santa Missa e, no momento da comunhão, se lhe apresentou um anjo que lhe deu a possibilidade de comungar a hóstia consagrada.
O milagre eucarístico
Clara se distingue pelo culto para com a Eucaristia. Por duas vezes, Assis foi ameaçada pelo exército do imperador Frederico II, que contava entre os seus soldados de sarracenos. Clara naquele tempo adoentada, foi levada aos muros da cidade tendo nas mãos uma píxide contendo o Santíssimo Sacramento: os seus biógrafos contam que o exército, diante dessa visão, se colocou em fuga. Este evento é recordado e celebrado solenemente em Assis todos os anos como “a festa do voto” das clarissas, no dia 22 de junho.
A doença de Clara
Desde os trinta anos de idade, Clara foi acometida por uma doença crônica que a fará sofrer por longos anos. Porém, do seu lugar, foi a alma de São Damião e, continuou a ser para suas irmãs uma guia sapiente e um exemplo de vida verdadeiramente evangélica, vindo a inspirar a fundação de centenas de mosteiros que Deus havia feito nascer prodigiosamente daquela semente primeira: mais de sessenta na Itália e outros quarenta em outras nações europeias. Morreu em 11 de agosto de 1253 louvando o Senhor com as palavras: “Bendito seja Deus, Tu que me criastes”.
A Igreja de Santa Clara
A Igreja é estruturada com uma única nave, com duas capelas: Santa Inêz de Assis e São Jorge. A Capela de Santa Inêz, conhecida mais tarde, como de São Miguel, tornou-se depois da restauração de 1999-2001, a Capela do Santissimo Sacramento. Na capela de São Jorge se conserva o Crucifixo quem em São Damião falou com São Francisco, ordenando-lhe de “reconstruir” a Igreja.
A cripta
Na cripta, construída em 1850-1872, depois reestruturada em 1935, assume formas neogóticas, e nela se conserva o sarcófago com o corpo de Santa Clara. Neste ambiente também estão expostas as relíquias de São Francisco e de Santa Clara.
O peregrino que viaja com a SacraTour e visita Assis, poderá perceber que entre os seus muros, suas ruas, as igrejas e os mosteiros será possível respirar a paz que emana nesse local. Cada um encontra em Assis, algo que deixa um sinal em si mesmo e na própria alma, porque Assis é um bálsamo para a alma. Abre os sentidos à maravilha de sua paisagem e da arte.
Em 26 de agosto a Igreja celebra Nossa Senhora de Czestochowa. Nas encostas de Jasna Góra, a “montanha luminosa”, que circunda a cidade de Czetochowa, o santuário está situado em uma colina de pedras brancas, na parte ocidental da cidade. Os poloneses estão habituados neste Santuário a apresentar muitos eventos da própria vida: momentos felizes como aquelas decisões tristes e solenes, tais como a escolha de sua vida, vocação religiosa ou casamento, o nascimento dos filhos, os exames de maturidade... Eles se acostumaram a vir com seus problemas para Jasna Gòra para confiá-los à Mãe Celestial, na frente de sua imagem milagrosa.
Pode-se dizer que esta imagem é o coração do santuário de Jasna Góra e é também essa força, misteriosa e profunda, que todos os anos atrai intermináveis multidões de peregrinos, da Polônia e de todos os outros lugares do mundo.
A História da Pintura
A pintura de Nossa Senhora de Czestochwova tem uma história complexa. A tradição diz que foi construída por São Lucas em uma madeira que formou a mesa usada para oração e comida pela Sagrada Família. O evangelista teria composto duas pinturas em Jerusalém para transmitir a incomparável beleza de Maria. Um deles, chegado à Itália, ainda é um objeto de culto em Bolonha; o outro foi primeiro levado a Constantinopla e colocado em um templo pelo imperador Constantino. Mais tarde, ele foi dado ao russo Príncipe Leão, que serviu no exército romano, que transferiu a relíquia de valor inestimável para a Rússia, onde, por muitos milagres, ele foi intensamente venerado.
Segundo os críticos de arte, o quadro de Jasna Góra era originalmente um ícone bizantino, do gênero Odigitria, que data do século VI ao século IX. Pintado em uma placa de madeira, retrata o busto da Virgem com Jesus em seus braços. O rosto de Maria domina todo o quadro, com o efeito de que aqueles que olham para ele estão imersos no olhar de Maria: ele olha para Maria, que, por sua vez, olha para ele.
Também o rosto da Criança é dirigido ao peregrino, mas não o seu olhar, que é de alguma forma fixado em outro lugar. Os dois rostos têm uma expressão séria e pensativa, que também dá o tom emocional a todo o quadro. A face direita da Maria é marcada por duas cicatrizes paralelas e por uma terceira que as cruza; o pescoço tem seis outros arranhões, dois dos quais visíveis, quatro quase imperceptíveis. Jesus, vestido com uma túnica escarlate, repousa sobre o braço esquerdo da mãe.
A mão esquerda segura o livro, a direita é levantada em gesto de soberania e bênção. A mão direita da Maria parece indicar a criança. Na frente de Maria, uma estrela de seis pontas é representada. Em torno dos rostos da Maria e de Jesus destacam-se os halos, cujo brilho contrasta com a compleição de seus rostos.
Após a profanação de 1430 pelos heréticos de João Hus, e a restauração, a fama do santuário cresceu enormemente e as peregrinações aumentaram, a tal ponto que a igreja original se mostrou insuficiente para conter o número dos fiéis. Por esta razão, já na segunda metade do século XV, junto à Capela de Nossa Senhora, foi iniciada a construção de uma igreja gótica com três grandes naves. Em 1717 a imagem milagrosa de Nossa Senhora de Jasna Góra foi coroada com o diadema papal e, a partir do século passado, numerosas igrejas dedicadas a ela foram erguidas em todo o mundo: atualmente são cerca de 350, das quais 300 só na Polônia.
A Fama da Imagem Milagrosa
A fama cada vez maior da imagem milagrosa da Mãe de Deus fez com que o antigo mosteiro se tornasse um destino constante de peregrinações dedicadas ao longo dos anos. O culto da Nossa Senhora Negra de Czestochowa estendeu-se ao continente americano, à Austrália, à África e até à Ásia. Uma devoção que não tem limites, que tocou os corações de muitos e que tem sido particularmente querida como qualquer polonês que se preze - ao nosso Santo Padre, João Paulo II, que sempre foi o mais fiel devoto de Maria.
Desde a Idade Média, de toda a Polônia, a peregrinação a pé acontece em direção ao Santuário de Częstochowa, que vai de junho a setembro, mas normalmente o período escolhido é em torno a meados de agosto. A peregrinação a pé dura vários dias e os peregrinos também percorrem centenas de quilômetros ao longo de mais de 50 rotas de toda a Polônia, a mais longa das quais é de 600 km.
Palavras de Papa Francisco
Tomemos hoje Papa Francisco como um grande impulsionador desse destino que a SacraTour traz para você que deseja peregrinar conosco: "Apresentando-se diante da face de sua Mãe e Rainha, escutem atentamente sua palavra: o que quer que Jesus lhe diga, faça-o (veja João 2:5). Que seja para cada um de vocês uma indicação na formação de consciência, em colocar ordem na vida pessoal e familiar, na construção do futuro da sociedade”.
Diante disso, com o coração confiante, peçamos: Nossa Senhora de Czestochowa, rogai por nós.
“Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e, abrindo a sua boca, ele começou a ensinar” (Mt 5,1).
Localizado às margens do Lago Tiberíades, o Monte das Bem-Aventuranças representa a colina onde Jesus teria pronunciado o famoso Discurso da Montanha. «Bem-aventurados os pobres de espírito ...» O Senhor havia deixado Nazaré e morava em Cafarnaum (Mt 4:13), a noroeste do Mar de Genesaré, onde alguns dos doze ou seus parentes moravam. As multidões de que fala o Evangelho se aproximaram daquela pequena cidade de pescadores para encontrar Jesus, mas eles foram em busca Dele também em outros lugares ao redor (cf. Mt 5,1 e 14,14; Mc 6,32-34; Lc 6, 17-19, Jo 6: 2-5).
Vestígios da nossa fé
No início de sua vida pública, Jesus "viajou por toda a Galiléia, ensinando em suas sinagogas, anunciando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doenças e enfermidades no povo". Sua fama espalhou-se por toda a Síria e levaram-lhe todos os doentes, atormentados por várias doenças e dores, demoníacos, epilépticos e paralíticos, e ele os curou (cf. Mt 4,23- 25).
De acordo com a tradição dos cristãos que habitavam a região desde a época de Jesus, o Discurso da Montanha é um conjunto de ensinamentos de Jesus sobre as bem-aventuranças, e deve ter acontecido em Tabgha. Com as bem-aventuranças, Jesus "resume as promessas feitas ao povo escolhido a partir de Abraão” (Catecismo da Igreja Católica, 1716).
Considerando este fato, Bento XVI sublinha a diferença entre Moisés e o Senhor, entre o Sinai, um maciço rochoso no deserto, e o Monte das Bem-aventuranças: "quem já esteve lá e continua impressionado na alma com a visão ampla das águas do lago, do céu e do sol, das árvores e dos prados, das flores e do canto dos pássaros, não pode esquecer a maravilhosa atmosfera de paz, de beleza da criação" (Joseph Ratzinger / Bento XVI, Jesus de Nazaré. Transfiguração, página 90).
As bem-aventuranças respondem ao desejo inato de felicidade que Deus colocou nos corações dos homens, anunciando bênçãos e recompensas, mas ao mesmo tempo, são promessas paradoxais, especialmente, aquelas referentes à pobreza, castigo, injustiça e perseguições (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1717-1718).
As bem-aventuranças são como uma biografia interna escondida de Jesus, um retrato de sua figura. Aquele que não tem onde reclinar a cabeça (cf. Mt 8,20) é o verdadeiro pobre; aquele que pode dizer de si mesmo: venha a mim porque sou manso e humilde de coração (cf. Mt 11,29), ele é o verdadeiro manso; é o verdadeiro puro de coração e, portanto, contempla Deus sem interrupção.
A Igreja das Bem-Aventuranças
É uma igreja octogonal, coberta por uma cúpula delgada e rodeada por um grande pórtico que atenua a luz e o calor do sol. O uso de basalto negro local, pedra branca de Nazaré e travertino romano forma um conjunto harmonioso e permite que o edifício se destaque entre a vegetação densa do local. No interior, os elementos são organizados com simplicidade de linhas: no meio, o altar, rodeado por uma arquivolta de alabastro; atrás, elevado sobre um pedestal de pórfiro, o Tabernáculo, decorado com cenas da Paixão em bronze dourado no lápis-lazúli; nas janelas se pode ler as palavras das bem-aventuranças; e, para fechar o espaço, a cúpula, com um revestimento em tons dourados.
O jardim criado em torno da igreja permite-lhe desfrutar de uma vista esplêndida do lago e do cenário ao entorno. Essa perspectiva no lago é tão incomum que merece ser digna de nota. A própria Igreja atingirá os amantes da arquitetura neo-bizantina por sua peculiaridade de ter sido construída usando materiais locais, como a pedra negra.
A Domus Galilaeae
Para os idealizadores do Centro de Espiritualidade chamado de Domus Galilaeae, o discurso da montanha está no centro da nova evangelização, por isso, iniciaram a construção de uma casa para acomodar os peregrinos na Terra Santa.
"A Domus ocupa 15.000 metros quadrados: uma considerável extensão na qual se interligam os diferentes espaços utilizados para as variadas funções. Destaca-se, o Santuário da Palavra, isto é, o lugar onde a Bíblia é examinada na presença do Santíssimo Sacramento. Também uma biblioteca foi organizada no centro de uma sala, que é circular e é encimada por uma grande tampa de cristal. Ali uma Torá muito antiga é mantida sob uma cabana de vidro; uma igreja dominada por um gigantesco ícone de 56 metros quadrados representando o julgamento universal em cores vivas; um auditório para congressos internacionais com uma vista espetacular do Lago Tiberíades. No centro da Domus tem também um mosteiro com uma capela para a adoração perpétua.
A Domus é um edifício com um extraordinário impacto estético e todos são atraídos pela beleza: judeus, cristãos e ateus. Quem vem, fica fascinado. Em seus dois mil anos de história, a igreja sempre soube que o louvor a Deus deve ser celebrado com o máximo de arte de que o homem é capaz.
Peregrinar com a SacraTour
Nossos roteiros levam você a contemplar os lugares, repousar a visão e rejuvenescer o espírito, enchendo a alma com um sentimento indescritível: a lembrança de Jesus e o eco de suas palavras, que ainda parecem ressoar no ar, vão além do tempo presente. É nesse clima de profunda espiritualidade que convidamos você para peregrinar conosco sobre os vestígios de nossa fé, acolhendo as Bem-Aventuranças como um testamento espiritual de Jesus escrito para você.
Fontes: Bíblia Sagrada / Catecismo da Igreja Católica, (1716-1717-1718) / Joseph Ratzinger / Bento XVI, Jesus de Nazaré. Transfiguração, página 90. / Domus Galilaeae International Center
Francesco Forgione (São Pio) nasceu em Pietrelcina, província de Benevento, em 25 de maio de 1887.
O sobrenatural muito em breve invade a vida do futuro santo: desde criança ele recebeu visitas frequentes a Jesus e Maria, ele viu demônios e anjos, mas porque achava que todos tinham essas faculdades, ele não mencionou isso a ninguém.
Em 22 de janeiro de 1903, aos dezesseis anos, ingressou em um convento e, de franciscano capuchinho, tomou o nome de Fra Pio da Pietrelcina. Tornou-se padre sete anos depois, em 10 de agosto de 1910.
Os primeiros anos do sacerdócio estão comprometidos e amargurados por suas más condições de saúde, tanto que seus superiores o encaminham várias vezes para Pietrelcina, na casa de seu pai, onde o clima era mais agradável para ele. Padre Pio está gravemente doente nos pulmões.
Os médicos lhe dão pouco tempo para viver. Como se isso não bastasse, acrescentam-se à doença o terrível assédio a que o demônio o submetia, que nunca deixava o pobre frade em paz, torturando-o no corpo e no espírito.
O ministério
Em 1916, os superiores decidiram transferi-lo para San Giovanni Rotondo, no Gargano, e aqui, no convento de Nossa Senhora das Graças, Padre Pio inicia uma aventura incrível como apóstolo do confessionário e a quem se atribuía milagres.
Um número incontável de homens e mulheres, do Gargano e de outras partes da Itália, começou a afluir para seu confessionário, onde também passava catorze ou dezesseis horas por dia, confessando e trazendo almas para Deus.
É o seu ministério, que extrai sua força da oração e do altar, e que Padre Pio realizava não sem grande sofrimento físico e moral.
Os estigmas
Em 20 de setembro de 1918, de fato, o Capuchinho recebe os estigmas da Paixão de Cristo que permanecerão abertos, dolorosos e sangrando por cinquenta anos.
Padre Pio é visitado por um grande número de médicos, sofrendo mal-entendidos e difamações pelas quais ele deve se submeter a inspeções canônicas; o frade dos estigmas se declara "filho da obediência" e suporta tudo com paciência seráfica.
Entre 1922 e 1923, Padre Pio foi feito o assunto das primeiras medidas do Santo Ofício que não reconhecia o "caráter sobrenatural dos fatos" e ordenou-lhe que permanecesse em silêncio, sem realizar qualquer comunicação com os devotos e não celebrasse a missa em público. Em 1931, ele foi privado do direito de exercer qualquer ministério. Ele só poderia celebrar a missa em particular.
Em 1933, finalmente, ele foi novamente autorizado a celebrar a missa em público e no ano seguinte ele recebeu a faculdade de confessar, sendo reintegrado em seu ministério sacerdotal.
A arma da oração
Nos anos 40, para combater com a arma da oração a terrível realidade da Segunda Guerra Mundial, Padre Pio deu início aos Grupos de Oração, uma das realidades eclesiais mais difundidas do mundo, com mais de duzentos mil devotos espalhados pela terra.
Com a "Casa de Socorro do Sofrimento", constituem sua herança espiritual, o sinal de uma vida inteiramente dedicada à oração e marcada por uma ardente devoção à Virgem Maria.
Seu testamento espiritual, no final de sua vida, foi: "Ame Nossa Senhora e faça ser amada. Sempre reze o rosário".
Ele sempre instou seus filhos espirituais a rezar o terço e a imitar Nossa Senhora em suas virtudes cotidianas, como humildade, paciência, silêncio, pureza, caridade. "Esta oração - disse ele - é a nossa fé, o apoio da nossa esperança, a explosão da nossa caridade".
"Eu gostaria de ter uma voz tão forte - ele disse - para convidar pecadores de todo o mundo a amar Nossa Senhora".
Quando ele morre, 23 de setembro de 1968, aos 81 anos, os estigmas desapareceram de seu corpo e, na frente de cerca de cem mil pessoas, vindas de todos os lugares para o seu funeral, começa o processo de santificação, que mais tarde, quando a Igreja o eleva para a glória dos altares, devido à grande devoção dos fiéis de todo o mundo, torna-se um dos santos mais amados do século passado.
Nos caminhos de Padre Pio
A SacraTour leva você para fazer esse caminho de fé. Você pode visitar Pietrelcina, onde nasceu Padre Pio e ter contato direto com as casas de Padre Pio conservadas até os dias de hoje.
Pietrelcina, nos leva a respirar essa atmosfera espiritual deixada por Padre Pio.
Desse modo, ao visitar suas casas, o ambiente familiar, lugar de sua vocação e o local de seu batismo, encontramos um grande apelo à santidade deixada por esse homem comum que se tornou um dos santos mais amados do mundo.
Mas o caminho não termina em Pietrelcina. A SacraTour proporciona também um itinerário que coloca o peregrino na rota que leva a San Giovanni Rotondo, onde Padre Pio viveu mais de 50 anos de sua vida.
Nesta pequena cidade, está a Casa de Alívio do Sofrimento, a Via Crucis, a monumental basílica dedicada a Padre Pio e a cripta do santo. De San Giovanni Rotondo, se pode peregrinar rumo ao Monte Sant’Angelo, que é conhecido em todo o mundo pela sua história religiosa, tornando-se uma obrigação para os peregrinos. Santos, imperadores, papas, reis ou simples fiéis vieram aqui para se ajoelhar diante do altar do Arcanjo Miguel.
A vida da cidade está concentrada em torno do Santuário de São Miguel Arcanjo, construído entre o século V-VI, quando, segundo a tradição, o Arcanjo Miguel teria aparecido nesta caverna.
Os lombardos, que nesse período dominavam o sul da Itália, tornaram o santuário nacional.
Em pouco tempo, tornou-se um centro de renome em todo o cristianismo e um destino obrigatório, não só para os peregrinos de toda a Europa, mas também para os cruzados que partiam para Jerusalém.
Quando falamos da Medalha Milagrosa logo nos lembramos da imagem calma e bondosa de Nossa Senhora das Graças. Com uma devoção muito grande no Brasil e em todo o mundo, a medalha que foi cunhada a pedido da Virgem Santa. A medalha ficou muito conhecida pela profusão de milagres e por isso ganhou o nome de Medalha Milagrosa. E Nossa Senhora escolheu uma recém noviça que foi posteriormente consagrada Santa para ter a honra de passar ao mundo Suas palavras. Vamos saber um pouco mais sobre Santa Catarina Labouré que teve sua história sempre marcada pelos desígnios de Nossa Mãe.
Santa Catarina Labouré
Caterina Labouré veio ao mundo em 1806, na província francesa da Borgonha, sob os céus de Fain-les-Moutiers, onde seu pai possuía uma fazenda e outros bens. Com nove anos ela perdeu sua mãe. Tomada pelo duro golpe, em lágrimas, Catarina abraçou uma estátua da Santíssima Virgem e exclamou: “De agora em diante você será minha mãe!”
Nossa Senhora não desapontará a menina que se confiou a Ela com tanta devoção e confiança. A partir desse momento, Ela a adotou como uma filha amada, obtendo abundantes graças que fizeram sua alma inocente e generosa crescer.
O chamado
Certa vez, Catarina foi perturbada por um sonho. Na igreja de Fain-les-Moutiers, ela viu um padre idoso e desconhecido celebrando a missa, cujo olhar a impressionou profundamente. Quando o Santo Sacrifício terminou, ele faz um sinal para ela se aproximar dele, mas ela não se aproximou e foi embora marcada por aquele olhar profundo. Mesmo em sonhos, ela foi visitar um pobre doente, e encontrou novamente o mesmo sacerdote, que desta vez lhe diz: “Minha filha, você pode escapar agora, mas um dia você vai ficar feliz em voltar para mim. Deus tem intenções sobre você. Não se esqueça disso.” Quando ela acordou, se lembrou desse sonho em sua mente, sem entender o que se passava.
Com as filhas de São Vicente de Paulo
Algum tempo depois, já com 18 anos, uma enorme surpresa. Ao entrar em um salão do convento em Châtillon-sur-Seine, ela se vê diante de uma pintura de São Vicente de Paulo, Fundador da Congregação das Filhas da Caridade. O sacerdote ancião dos seus sonhos, era justamente São Vicente de Paulo, o que confirma e indica a vocação religiosa de Catarina.
Aos 23 anos, vencendo todos os esforços de seu pai para tirá-la do caminho que o Senhor lhe traçara, abandona para sempre o mundo e entra como postulante naquele mesmo convento de Châtillon-sur-Seine. Três meses depois, em 21 de abril de 1830, foi aceita no noviciado das Filhas da Caridade, localizado na Rue du Bac, em Paris, onde faria os votos no mês de janeiro seguinte.
As aparições
Em 18 de julho de 1830, às vésperas da festa de São Vicente, às 23:30, Catarina ouve alguém chamá-la pelo nome. Uma criança misteriosa está ao pé da cama e a convida a levantar: “A Santíssima Virgem espera por você”, diz a criança. Catarina se veste e segue a criança que espalha raios de luz por todo lugar aonde passa. Chegando na capela, Catarina para ao lado da cadeira do padre, localizada no coro. Foi então como o farfalhar de um vestido de seda. Seu pequeno guia disse. “Aqui está a Santa Virgem”. Catarina hesita em acreditar. Mas a criança repete com uma voz mais alta: “Aqui está a Santa Virgem”.
Catarina corre para se ajoelhar ao lado de Maria que está sentada na cadeira (do padre) “Então, eu pulei para chegar perto dela, e me ajoelhei nos degraus do altar, com as mãos apoiadas nos joelhos de Maria. O momento foi o mais doce da minha vida. Seria impossível para mim dizer o que senti. A Santíssima Virgem me disse então como eu deveria me comportar com meu confessor e muitas outras coisas”.
Catarina recebe o anúncio de uma missão e o pedido para fundar a Confraria das Filhas de Maria. Isso será feito pelo Padre Aladel em 2 de fevereiro de 1840.
Segunda aparição: história da Medalha Milagrosa
Quatro meses se passaram daquela noite prodigiosa em que Santa Catarina contemplou pela primeira vez a Santíssima Virgem. Na alma inocente da religiosa, cresceu a nostalgia pelo encontro abençoado e pelo desejo intenso de que o augusto favor de ver a Mãe de Deus fosse novamente concedido a ela.
Era 27 de novembro de 1830, sábado. Às cinco e meia da tarde, as Filhas da Caridade se reuniram em sua capela, na Rue du Bac, para o período habitual de meditação. Um perfeito silêncio reinou entre as freiras e as noviças. Como as outras, Catarina estava em silêncio profundo.
“De repente, parecia ouvir, da galeria, um ruído como um farfalhar de um vestido de seda. Tendo olhado daquele lado, vi a Santíssima Virgem ao nível da imagem de São José. De estatura mediana, o rosto dela era tão lindo que seria impossível para mim contar sua beleza. A Santíssima Virgem estava de pé, vestida com um vestido de seda branco-aurora, feito de acordo com o modelo chamado ‘a la Vierge’, mangas lisas, com um véu branco que cobria a cabeça e descia para os lados.
Sob o véu, vi o cabelo partido ao meio e, acima dele, uma renda de cerca de três centímetros de altura, sem cachos, isto é, levemente sobre o cabelo. O rosto bastante exposto, os pés colocados em uma meia esfera. Em suas mãos, descansando no nível do estômago de uma maneira muito natural, ela usava uma esfera em ouro que representava o globo terrestre. Seus olhos estavam voltados para o céu. Seu rosto era de uma beleza incomparável.
Eu não consegui descrever. De repente, vi em seus dedos anéis cobertos de lindas pedras preciosas, cada uma mais bonita que a outra, algumas maiores, outras menores, que lançavam raios de todos os lados. Das pedras principais começaram os esplendores mais magníficos, alargando-se à medida que desciam, enchendo toda a parte inferior do lugar. Eu não vi os pés de Nossa Senhora.
Neste momento, enquanto contemplava a Santíssima Virgem, ela baixou os olhos, olhando para mim. E uma voz se fez ouvir no fundo do meu coração, dizendo estas palavras: A esfera que você vê representa o mundo inteiro, especialmente a França e cada pessoa em particular. Eu não posso expressar o que senti e o que vi naquele instante: o esplendor e o brilho de raios tão maravilhosos. Naquele momento formou-se uma gravura em torno de Nossa Senhora, e numa esfera ovalada apareceram as seguintes palavras: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”, escritas em letras douradas.
Imediatamente depois, a medalha se vira e Catarina vê o seu verso: no topo, uma cruz sobrepõe-se ao M de Maria, no fundo dois corações, um coroado de espinhos, o outro perfurado por uma espada. Catarina então ouve estas palavras: “Faça uma medalha de acordo com este modelo. Todos aqueles que a levarem, trazendo-a ao coração, receberão grandes graças. Estas serão abundantes para aqueles que a usarem com confiança”.
Poucos meses depois das aparições, a Irmã Catarina, foi enviada para o abrigo de Enghein (Paris, 12) para tratar os idosos, vai para o trabalho. Mas uma voz interior insiste: a medalha deve ser cunhada. Catarina conta para seu confessor, padre Aladel.
Significados da Medalha Milagrosa
A própria Virgem Maria está envolvida na batalha espiritual, na luta contra o mal, da qual nosso mundo é o campo de batalha. Maria nos chama a entrar na lógica de Deus, que não é a lógica deste mundo. Esta é a graça autêntica, a da conversão, que o cristão deve pedir a Maria para transmiti-la ao mundo.
Suas mãos estão abertas e seus dedos estão adornados com anéis cobertos de pedras preciosas, das quais saem raios, que caem na terra, espalhando-se para fora.
O esplendor desses raios, como a beleza e a luz da aparição, descrita por Catarina, recorda, justifica e nutre nossa confiança na fidelidade de Maria (os anéis) para com seu Criador e para com seus filhos, em eficácia, de sua intervenção (os raios da graça, que caem sobre a terra) e na vitória final (a luz), já que ela mesma, a primeira discípula, é a primeira dos salvos.
Os símbolos
Os dois sinais entrelaçados mostram a relação indissolúvel que liga Cristo à sua Mãe Santíssima. Maria é associada à missão de salvação da humanidade por seu filho Jesus e participa através de sua compaixão no próprio ato do sacrifício redentor de Cristo.
O coração coroado de espinhos é o coração de Jesus. Recorda o cruel episódio da Paixão de Cristo, antes da morte, contada nos Evangelhos. O coração simboliza sua paixão de amor pelos homens. O coração transpassado por uma espada é o coração de Maria, sua mãe. Refere-se à profecia de Simeão, contada nos Evangelhos no dia da apresentação de Jesus no templo de Jerusalém por Maria e José. Simboliza o amor de Cristo, que está em Maria e recorda o seu amor por nós, pela nossa salvação e aceitação do sacrifício do seu Filho. A justaposição dos dois Corações expressa que a vida de Maria é uma vida de íntima união com Jesus.
As estrelas correspondem aos doze apóstolos e representam a Igreja. Ser Igreja significa amar a Cristo, participar de sua paixão, pela salvação do mundo. Cada pessoa batizada é convidada a participar da missão de Cristo, unindo seu coração aos Corações de Jesus e Maria. Desse modo, a medalha é um chamado à consciência de cada um, para que ele possa escolher, como Cristo e Maria, o caminho do amor, até o dom total de si mesmo.
Um sopro de esperança
Em fevereiro de 1832, uma terrível epidemia de cólera irrompeu em Paris, causando mais de 20.000 mortes. Em junho, as Filhas da Caridade começam a distribuir as primeiras duas mil medalhas, feitas pelo padre Aladel. A cura foi multiplicada, como proteções e conversões. Foi um evento extraordinário. O povo de Paris chamou a medalha de “milagrosa”.
A glorificação de Catarina
Durante 46 anos de uma vida inteiramente interior e de lembrança escrupulosa, Santa Catarina permaneceu fiel ao seu anonimato. Silêncio milagroso! Seis meses antes de seu fim, incapaz de ver seu confessor, ela recebeu a permissão do Céu – talvez a necessidade – de revelar à sua superiora que ela era a freira honrada pela Santíssima Virgem por um ato tão importante de confiança.
Santa Catarina morreu suavemente em 31 de dezembro de 1876 e foi sepultada três dias depois em um túmulo escavado na capela da rue du Bac. Depois de quase seis décadas, em 21 de março de 1933, quando seu corpo foi exumado, as mãos que tocaram Nossa Senhora e os olhos que a tinham visto, pareciam extraordinariamente preservadas. Foi beatificada por Pio XI em 28 de maio de 1933 e canonizada por Pio XII em 27 de julho de 1947: suas relíquias ficam na capela onde ele apareceu. A festa litúrgica, para as famílias Vicentinas, é estabelecida no dia 28 de novembro. Hoje, qualquer fiel pode.
A Capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa
A Capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é um importante lugar de oração e peregrinação que continua a receber mais de um milhão de peregrinos no ano. Desse modo, juntamente com a SacraTour, você tem a oportunidade de se unir aos milhares de fiéis provenientes de todo o mundo para suplicar a proteção da Virgem Maria.
Este santuário está localizado no coração de Paris, na Rue du Bac 140, onde se localiza o Convento das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paula. A fachada do prédio está quase perdida entre todas as outras fachadas, já que não há igrejas à vista, mas uma simples porta preta que leva a um pátio interno retangular, cercado por prédios do convento. No fundo surge uma pequena torre sineira, testemunhando a presença de uma capela. E é aqui que se encontra a pequena igreja onde a aparição aconteceu e onde se pode venerar o corpo incorrupto da santa, exposto na Casa das Filhas da Caridade, em Paris.
“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”.
Fontes: Santi e Beati / Catherine Labouré, sa vie, ses apparitions, son message racontée a tous, René Laurentin, Desclée De Brouwer, 1981. / vMémorial des Apparitions de la Vierge dans l’Église, Fr. H. Maréchal, O. P., Éditions du Cerf, Parigi, 1957.
A personalidade e a história de São Francisco de Assis não podem ter outro quadro além do de sua cidade natal: Assis. O santo nasceu em Assis e ali fez o seu movimento. Ali encontramos os sinais mais eloquentes da sua vocação e da sua missão, e ali, depois da viagem e de peregrinação, voltou para morrer. Nascido em 1182, filho de Pietro di Bernardone, negociante de tecidos, e Monna Pica, de origem francesa, o jovem Francisco, inteligente, alegre e brilhante, participa ativamente da vida e das vicissitudes de sua ilustre cidade.
Não ter nascido nobre, o fez inventar um novo estilo de nobreza, que se pautava na ostentação e desperdício das propriedades de seu pai por meio da pompa, do prazer, luxo e extravagância das roupas, na abundância de festas. Com os plebeus de Assis na guerra contra Perugia, Francesco foi feito prisioneiro na batalha de Collestrada.
A força de um sonho
Na prisão fria de Perugia, seus sonhos de glória começam a se romper, mas ainda não entendia completamente a vontade de Deus. Sua ambição agora era se tornar um cavaleiro. Em Spoleto, enquanto dormia, ouviu uma voz, perguntando-lhe onde pretendia ir. A resposta de Francesco, à voz, insistente, que soou em sua mente perguntando se ele achava mais útil seguir o servo no lugar do mestre. "O mestre", respondeu Francisco. "Então, por que você procura o servo no lugar do mestre?" Francesco continua impressionado.
Retornando a Assis antes do esperado, ele está feliz e confiante. Os sonhos lhe trouxeram certezas: o mundo paterno da loja e o dinheiro não era para ele. Ele passou cerca de um ano na solidão, na oração, no serviço aos leprosos, a renunciar publicamente, em 1206, o legado de seu pai nas mãos do Bispo Guido e assumindo, portanto, o estado canônico de penitente voluntário. Francesco dedica-se a ajudar os leprosos e restaurar algumas igrejas em ruínas nos campos de São Damião, onde novamente ouviu a voz do Senhor dizendo através do ícone do Crucificado: "Francisco, vai 'conserta a minha casa que, como se pode ver, está toda em ruínas'" (FF 593).
O itinerário espiritual da conversão de Francisco
Ao refazer o itinerário espiritual da conversão de Francisco, é apropriado ler os fatos com a alma pronta para captar o sentido do maravilhoso e do inesperado. Na experiência de Francisco, fenômenos maravilhosos nada mais são que elementos de uma linguagem apropriada a um diálogo inefável entre Deus e seu servo. O que é exclusivo para esse diálogo singular é a fé. Na consciência retrospectiva de Francisco, sua vocação pessoal é identificada com a conversão: um itinerário penitencial que o leva à descoberta total do seguimento de Jesus Cristo e da vida segundo o Evangelho. Tal irrupção da misericórdia de Deus não acontece de repente; tem uma preparação, é também uma graça de Deus.
Peregrinações a Assis: os lugares de São Francisco em Assis
Com a SacraTour você pode visitar Assis – cidade Patrimônio da Humanidade, no centro da Umbria, o coração verde da Itália, que está intrinsecamente ligado a São Francisco. Todos os anos milhares de fiéis de todo o mundo vêm aqui para fazer a peregrinação conhecida como o "Caminho de Assis". É uma viagem de cerca de 200 quilômetros que traça as etapas mais significativas da vida e obra do Santo e passa por paisagens de extraordinária beleza.
Uma vez em Assis, uma cidade de fácil acesso por transportes públicos ou veículos privados, a atmosfera da "pátria espiritual da Itália" será capaz de despertar emoções fortes. A visita aos locais de São Francisco, pode começar com a Rocca Maggiore: situado no ponto mais alto da vila, é o lugar ideal para admirar o encanto da paisagem circundante e da estrutura medieval, perfeitamente preservado Assis. Continue com o Anfiteatro Romano e a Catedral: é aqui que São Francisco e Santa Clara foram batizados.
É, portanto, a vez da Basílica. Dividida em duas seções, possui afrescos dos pais da arte italiana: Giotto e Cimabue. A basílica superior hospeda reuniões assistidas por representantes de todas as confissões religiosas; na basílica inferior você visitará a cripta com as relíquias de São Francisco. “Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz”.
O Evangelho deste primeiro domingo da Quaresma nos recordou as tentações que Jesus enfrentou no deserto. O evangelista Lucas diz: "Jesus, cheio do Espírito Santo, partiu do Jordão e foi guiado pelo Espírito ao deserto" (Lc 4,-13).
Por que o deserto? O deserto indica silêncio, um lugar de solidão, onde se pode encontrar-se sozinho diante de Deus.
No deserto com Jesus
Hoje o mundo tem medo do deserto, do silêncio! Vivemos em uma sociedade onde há tanto barulho, onde falamos de tantas coisas inúteis e pouco sobre Deus!
Este foi o primeiro domingo dos seis planejados. É a primeira etapa de uma viagem no deserto, que dura 40 dias, junto com Jesus, para nos prepararmos para celebrar a Páscoa anual. Afinal, o significado da Quaresma, como nos lembrou a cerimônia das cinzas, é um convite à conversão, para nos renovarmos profundamente no espírito.
A palavra conversão em latim significa: "vire-se, refaça seus passos"; em grego: "mudança, transformação". Conversão, portanto, para nós, significa que devemos voltar nosso olhar para o Senhor, pois nossa peregrinação terrena é um tempo de luta espiritual, isto é, de autenticidade para conosco e para com Deus.
No deserto durante vários dias, Jesus foi tentado pelo Diabo, mas com o poder divino que estava nele, resistiu e humanamente não se corrompeu com as propostas absurdas que vieram do tentador.
Jesus nos dá um grande exemplo de como viver a Quaresma e como resistir às várias tentações, das quais três são bem descritas na passagem do Evangelho. Na verdade, Jesus é o exemplo de como lutar contra as tentações fundamentais de todo ser humano: o apego aos bens terrenos, dinheiro, orgulho, desejo de poder e sede de tudo o que é gerir indevidamente sua liberdade. Portanto, ao se retirar para o deserto para orar, fazer penitência e preparar-se para a missão, Jesus nos mostra que é possível superar todas as tentações.
É significativo, a este respeito, o que lemos na passagem da Carta aos Romanos, segunda leitura de hoje, na qual o apóstolo Paulo nos faz refletir sobre a centralidade da palavra na vida de todo cristão. A Quaresma é acima de tudo essa necessidade de confrontar a Palavra de Deus, com um Deus que nos fala continuamente através de vários caminhos.
A Palavra de Deus é a arma vencedora de Jesus. Ele apela ao seu poder que age; à sua eficácia que desarma o Diabo, e ao seu poder que gera e transforma. Jesus conhece bem a Palavra, porque Ele é a Palavra; mas ao mesmo tempo é a Palavra que revela sua vocação e missão.
A SacraTour deseja a todos uma abençoada caminhada quaresmal.
Vamos conhecer a história de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil. Muita emoção e fé!
Os acontecimentos foram registrados primeiramente pelos padres José Alves Vilela, em 1743, e João de Morais e Aguiar, em 1757. Tais registros foram feitos nos livros da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá, à qual pertencia a região onde a imagem foi encontrada. A imagem apareceu em outubro de 1717. E os fatos aconteceram assim: O Conde de Assumar, passava por Guaratinguetá, SP, quando viajava para Vila Rica, em Minas Gerais.
Para recebê-lo, a população organizou uma festa, cabendo aos pescadores a difícil missão de conseguirem muitos peixes para a comitiva do governador, mesmo não sendo tempo de pesca. Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves, sentindo o peso de sua responsabilidade, se dirigiram ao rio Paraíba e fizeram uma oração pedindo a ajuda da Mãe de Deus.
Depois de tentar várias vezes sem sucesso, na altura do Porto Itaguaçu, já desistindo da pescaria, João Alves lançou a rede novamente. Não pegou nenhum peixe, mas apanhou a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Na imagem faltava a cabeça. Tomado pela emoção, lançou de novo a rede e, desta vez, pegou a cabeça que se encaixou perfeitamente na pequena imagem. Só este fato, já foi um grande milagre.
Logo em seguida, apanharam uma grande quantidade de peixes a ponto de temer que a canoa viesse a virar. Os pescadores chegaram a Guaratinguetá eufóricos e emocionados com o que presenciaram e toda a população entendeu o fato como intervenção divina. Assim aconteceu o primeiro de muitos milagres pela ação de Nossa Senhora Aparecida.
A devoção
Por 15 anos, a imagem ficou na casa de Filipe Pedroso. Os amigos e vizinhos se encontravam para rezar à Nossa Senhora da Conceição. Graças e mais graças começaram a acontecer e a história se espalhava Brasil afora. Por várias vezes, à noite, ao rezarem junto à imagem, as pessoas viam que as luzes se apagavam e depois acendiam misteriosamente. Então, todo o povo da vizinhança passou a rezar aos pés da imagem. Construíram um pequeno oratório em Itaguaçu, que em pouco tempo já não comportava o grande número de fieis que para lá acorria.
Primeira Capela
A quantidade de pessoas e romeiros que visitavam a imagem aumentava a cada dia, por isso, o vigário da cidade de Guaratinguetá resolveu construir uma capela no morro dos Coqueiros, cujas obras foram concluídas em julho de 1745. O filho de Filipe Pedroso ajudou a construir essa capela.
No dia 20 de abril de 1822, o imperador Dom Pedro I, juntamente com uma grande comitiva, fizeram uma visita à capela para homenagear a imagem milagrosa da Senhora de Aparecida, como também é conhecida. Com o aumento considerável do número de romeiros, em 1834, deram início às obras da igreja que é conhecida hoje como Basílica Velha. Ela era bem maior que a capela e foi consagrada no dia 8 de dezembro do ano de 1888.
O Manto e a Coroa de Nossa Senhora Aparecida
Em sua segunda visita à basílica, feita no dia 6 de novembro de 1888, a Princesa Isabel ofereceu à santa uma bela coroa feita de ouro, enfeitada com rubis e diamantes. Era o cumprimento da promessa feita 20 anos antes, na primeira visita feita à imagem. A imagem foi solenemente coroada – com a coroa que a Princesa Isabel doou – em 8 de setembro de 1904. A imagem passou a ser apresentada, então, com o manto azul anil, bordado com ouro e pedras preciosas.
A celebração foi presidida por Dom José Camargo Barros. Estavam presentes o Núncio Ap
ostólico, vários bispos, o senhor Rodrigues Alves, então Presidente da República, e grande multidão. Após este fato, o Santo Padre concedeu ao Santuário de Aparecida outros favores: Ofício e missa própria de Nossa Senhora Aparecida e indulgências para os romeiros em peregrinação ao Santuário.
Nossa Senhora Aparecida, Rainha e padroeira do Brasil
Com decreto do Papa Pio XI, em 16 de julho de 1930, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, recebeu o título de Rainha e Padroeira do Brasil no dia. A Lei Federal nº 6.802 (30/06/1980) decretou oficialmente o dia 12 de outubro como feriado nacional, dia de devoção à santa. Esta Lei Federal também reconheceu Maria como sendo a protetora do Brasil.
Rosa de Ouro
Na festa de 250 anos da devoção, em 1967, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a Rosa de Ouro, gesto repetido pelo Papa Bento XVI, que ofereceu outra Rosa, em 2007, por ocasião de sua Viagem Apostólica ao Brasil, reconhecendo a importância da devoção a Nossa Senhora Aparecida e do Santuário de Aparecida para o povo brasileiro.
Nova Basílica
O fenômeno de Aparecida é impressionante. Para acolher o numeroso fluxo de romeiros vindos de todo o país, uma nova basílica, bem maior, começou a ser construída em 1955. Por isso, Benedito Calixto, o arquiteto responsável pela obra, idealizou um edifício no formato da cruz grega.
A igreja tem 168m de largura por 173m de comprimento. Suas naves chegam a 40m de altura e a cúpula central alcança 70m de pé direito. É uma obra impressionante. No dia 4 de julho de 1980, numa celebração eucarística solenemente conduzida pelo Papa João Paulo II, a Basílica de Nossa Senhora Aparecida foi finalmente consagrada. O santuário de Aparecida é a maior basílica do mundo dedicada à Maria Mãe de Deus.
300 anos de bênçãos da Mãe Aparecida
Como preparação do povo brasileiro para as comemorações do tricentenário, desde agosto de 2014 a imagem jubilar de Nossa Senhora Aparecida peregrinou pelos 26 estados brasileiros e pelo Distrito Federal. Na ocasião, foi recolhida uma porção de terra de cada capital para compor a coroa jubilar. A coleta, era realizada durante a celebração de encerramento da visita da Imagem no Estado.
O ano jubilar teve início no dia 12 de outubro de 2016 com uma programação intensa de devoção e obras de fé. Durante todo o ano de 2017 o Santuário Nacional se preparou para celebrar em outubro, o Jubileu dos 300 anos de Aparecida. A cada mês no dia 12, os devotos se reuniam em torno do Altar Central para acompanhar a Cerimônia de Coroação de Nossa Senhora Aparecida, um momento para homenagear e agradecer as graças e bênçãos recebidas de Deus, por intercessão da Mãe Aparecida.
“Ó, incomparável Senhora da Conceição Aparecida, Mãe de meu Deus, Rainha dos Anjos, Advogada dos pecadores, Refúgio e Consolação dos aflitos e atribulados, ó Virgem Santíssima; cheia de poder e bondade, lançai sobre nós um olhar favorável, para que sejamos socorridos em todas as necessidades”. Amém!
"Eu te bendigo, Pai, (...) porque escondeste estas coisas dos sábios e dos inteligentes e as revelaste aos pequeninos" (Mt 11,25).
Conheça a história dos Pastorinhos de Fátima:
Francisco dos Santos Marto nasceu em 11 de junho de 1908 em Aljustrel, um lugar na serra, freguesia de Fátima, região de Ourém, distrito de Santarém. No dia 20 do mesmo mês, ele foi batizado. Os pais, Manuel Pedro Marto e Olimpia de Jesus, eram camponeses. Olimpia, ao ficar viúva, casou-se com Manuel Marto e teve cinco filhos: Francisco, o penúltimo e Jacinta, a última. Com os dois filhos do primeiro matrimônio, Olimpia teve nove. Francisco e Jacinta eram primos de Lúcia porque sua mãe Olimpia era irmã do pai de Lúcia, Antônio dos Santos. Francisco tinha dois anos quando, em 5 de outubro de 1910, Portugal se tornou uma república.
Francisco, o contemplativo
Em 1916, aos sete anos de idade, começou a levar o rebanho para o pasto, junto com sua prima Lúcia. A pequena Jacinta se juntou a eles. A poucos passos das casas baixas ou mais adiante, para Valinhos, ou Loca do Cabeco e para a Cova da Iria, de propriedade da família de Lucia, onde havia grama abundante para o rebanho próximo ao trigo.
Em 1916, a guerra grassava na Europa e os jovens da serra também haviam sido chamados às armas. Três vezes o Anjo da Paz, o Anjo de Portugal, visitou os três pastores. Na primavera o Anjo parecia um jovem de 14 ou 15 anos. Ele ensinou-lhes a oração de adoração: “Meu Deus eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não vos amam”.
Francisco tinha quase oito anos de idade. Enquanto Lucia viu, ouviu e falou, e Jacinta viu e ouviu, Francisco apenas viu. Mas é precisamente essa circunstância, um pouco humilhante especialmente para a irmã mais nova, que destaca a grandeza da virtude de Francisco. No verão, o Anjo de Portugal apareceu no poço da casa de Lucia e disse aos pastorinhos que orassem muito e oferecessem sacrifícios. Essa ansiedade de reparação que é enxertada em uma natureza tão bem disposta à compaixão e sacrifício, se tornará a alma da vida espiritual de Francisco, um dos videntes de Nossa Senhora de Fátima.
Acometido pela febre espanhola que se alastrou por Portugal em 1918, depois de um longo tempo no hospital, teve o seu rosto iluminado por um sorriso maravilhoso e, sem sofrer, o pastorinho de Aljustrel passou a contemplar no Céu aquele "Jesus escondido" que tanto amara na terra. Era 4 de abril de 1919. Foi sepultado no cemitério paroquial, onde permaneceu até 13 de março de 1952, quando foi trasladado para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima.
Jacinta, a flor do perfume da compaixão
Jacinta, irmã mais nova de Francisco, nasceu em 11 de março de 1910, sendo batizada no dia 19. Era a época do confronto entre a nova república e a Igreja. O anticlericalismo, que felizmente não tocou o ambiente da serra, prevaleceu. O pai, Manuel Pedro Marto, esteve em Moçambique durante as lutas coloniais. Ele era um homem de profunda fé, de devoções sentidas, que transmitiu a seus muitos filhos. Ele era um cristão, que com o povo de Aljustrel aos domingos frequentava a igreja de Fátima e participava de feriados religiosos.
Jacinta era uma criança como todas as outras. Brincava, queria sempre ganhar, também gostava de tomar os cordeirinhos, que colocava de bom grado ao redor do pescoço imitando a imagem do Bom Pastor que havia sido mostrado a ela. Em 1916, com Lucia e Francisco, recebeu a visita do Anjo da Paz de Portugal. Ela tinha apenas seis anos quando, imitando o Anjo, aprendeu a se curvar à terra em adoração. Ela experimentou as aparições impressionadas pelo rosto gentil de Nossa Senhora, pela insistência de orar pelos pecadores, do chamado à penitencia. Jacinta viu que não era preciso ganhar sempre, que tinha quem sofria profundamente e que ela podia colocar a sua vida em oração por essas pessoas.
Durante a doença de Francisco, Jacinta foi atingida pela febre espanhola, mas não fez pesar sua enfermidade a seus entes queridos, em vez disso tentou fazer convergir todas as atenções para seu irmão mais novo.
Um pouco menos de um ano após o falecimento de Francisco, no dia 20 de fevereiro de 1920, conforme a predição recebida de Nossa Senhora sobre os seus últimos dias, Jacinta partiu desta terra rumo ao céu, com apenas 7 anos de idade. Atualmente está sepultada na Basílica de Fátima e seu corpo encontra-se incorrupto.
Lucia, uma vida traçada por Nossa Senhora
A família era simples, profundamente enraizada nos valores cristãos, rica em humanidade e aberta às necessidades dos outros. Maria Rosa era a catequista da paróquia. Ele sabia ler, como poucas mulheres na época, e, apaixonada pela Bíblia, relatava os episódios para os filhos. Lúcia recebeu sua primeira comunhão em 30 de maio de 1913, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, na igreja paroquial de Fátima. Aos sete anos e meio ela começou a trazer o rebanho da casa para o pasto. Mais tarde, juntaram-se os primos Francisco e Jacinta, com quem havia uma profunda harmonia, apesar de terem personalidades diferentes.
Em 1916 ela recebeu a visita do Anjo da Paz de Portugal com quem ela só podia falar. Em 1917, vieram as aparições de Nossa Senhora. Aos 16 anos foi admitida nas Filhas de Maria e decidiu consagrar-se a Deus com o voto de castidade perpétua. No Asilo de Vilar, ela passou quatro anos, o que marcou sua vida, sobretudo porque teve que viver no anonimato e sem poder continuar seus estudos.
No verão de 1925, ela sentiu um forte desejo de ser religiosa e falou com sua mãe. Passaram momentos felizes juntas, recordando fatos e episódios da casa, de aldeia em aldeia, cantando as melodias da serra. Também recebeu confirmação naquele ano. O desejo de se tornar uma carmelita estava sempre vivo nela, mas somente depois de viver anos no convento das Irmãs de Santa Dorotéia, finalmente, em 25 de março de 1948, na solenidade da Anunciação, ela pôde entrar no Carmelo de Coimbra e no dia 13 de maio recebeu o vestido carmelita.
Em 31 de maio de 1949, fez votos solenes de pobreza, castidade e obediência. E nesta data, a ela foi atribuída uma cela, onde viveu por 57 anos, até sua morte em 13 de fevereiro de 2005. Ela era simples, generosa e sorridente. Trabalhou em conjunto, com grande liberdade de espírito; cuidou do jardim e respondeu a todos aqueles que lhe escreveram de todo o mundo. Fala-se de dez mil cartas. Acredita-se que ela tenha recebido outras visitas do céu. Infelizmente, ela não deixou nenhum registro escrito.
Ela se encontrou em Fátima com Paulo VI em 13 de maio de 1967. Na Cova da Iria a multidão era imensa. Albino Luciani, futuro João Paulo I, conheceu-a no dia 11 de julho de 1977 no Carmelo de Coimbra. João Paulo II conheceu-a em Fátima em 1982, 1991 e 2000, por ocasião da beatificação de Francisco e Jacinta. Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação da Fé, futuro Papa Bento XVI, visitou-a no Carmelo de Coimbra em outubro de 1996.
O corpo da Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Imaculado Coração, foi sepultado no claustro do Carmelo de Coimbra. Em 19 de Fevereiro de 2006, um ano após sua morte, seu corpo foi colocado na capela à esquerda, olhando para o altar de Nossa Senhora da Basílica do Rosário, ao lado de sua prima Jacinta.
Canonização de Francisco e Jacinta
Eles são as primeiras crianças não martirizadas a serem proclamadas santas. Os primeiros em dois milênios da história da Igreja. 13 de maio de 2017 foi a data escolhida para a canonização dos dois pastorinhos de Fátima: Francisco e Jacinta Marto. Neste mesmo dia no ano 2000, João Paulo II celebrava sua beatificação. O Papa Francisco, durante a sua visita a Portugal, por ocasião do centenário das aparições marianas, elevou-os à gloria do altar durante a celebração eucarística realizada na praça em frente ao Santuário de Fátima.
O dia escolhido para a celebração da festa dos santos irmãos foi o dia do falecimento de Santa Jacinta, 20 de fevereiro. Aqui no Brasil a data passou a ser feriado municipal na cidade Campo Mourão, no Paraná, cidade onde nasceu Lucas, a criança que o Vaticano aceitou o milagre por intercessão dos pastorinhos para elevá-los ao altar como santos.
A iconografia escolhida para simbolizar os santos é muito rica. Na aureola de Santa Jacinta tem 3 elementos significativos da sua vida de oração. Jacinta que ofereceu a sua vida pelo santo padre, pelos pobres pecadores, pelos que mais precisam, era toda coração. Uma vida entregue ao Senhor. O primeiro elemento, à esquerda, simboliza o santo padre, o Papa, a quem ela tanto pedia orações. No centro, acima de sua cabeça, tem o coração de Nossa Senhora cercado de espinhos. E, por fim, tem uma representação da Virgem de Fátima, para fazer alusão às aparições de Nossa Senhora.
Já Francisco era um eterno adorador de Jesus na Eucaristia. Ele ia à sua Igreja Paroquial para fazer seu momento de adoração a “Jesus Escondido”, o Cristo que estava colocado no Sacrário. Ali ele encontrava o rosto de seu Amigo. Por isso, na auréola de São Francisco temos primeiro a representação do Anjo de Portugal, o anjo da loca do cabeço que lhe deu a Eucaristia.
Acima, no meio da sua auréola, temos a Sarça Ardente, episódio do antigo testamento em que Moisés é convidado a tirar as sandálias dos pés, pois está em um lugar santo, ou seja, um momento do antigo testamento de verdadeira adoração. E, por fim, o Cálice e a Óstia, simbolizando literalmente Corpo e Sangue de Cristo.
Diante de crianças tão comuns e que encontraram em Nossa Senhora o caminho ao Senhor, podemos entender as palavras do Papa Francisco que pelos pastorinhos “encontramos novamente o rosto jovem e belo da Igreja”.
Desde os primórdios do cristianismo as aparições marianas provocam reservas e perplexidades, bem como curiosidade e adesão fervorosa. Cabe ao magistério dos pastores da Igreja investigar, discernir e autenticar a veracidade desses fenômenos.
Aparições e Revelações
Até a Idade Média as revelações privadas, as aparições marianas e outros fenômenos correspondentes, estavam sujeitos, por um lado, às regras de discernimento estabelecidas pelos teólogos, e, por outro - quando se tratava de fatos públicos - à pesquisa, cujas modalidades eram refinadas a partir de dados empíricos.
A primeira investigação oficial deste tipo se concentra nas revelações de Santa Brígida († 1373): a notoriedade desfrutada por sua difusão no cristianismo, a influência que exercem sobre o povo de Deus, confere-lhes caráter público. Por esta razão, o Concílio de Basiléia (1431-1448) decidiu examiná-los. Vários teólogos se mobilizaram, argumentando a favor ou contra, elaborando assim as primeiras exposições sistemáticas sobre como verificar e analisar os fatos relacionados às aparições.
Após a celebração do Concílio Vaticano II (1962-1965) e antes da promulgação, em 1983, do Código de Direito Canônico (CIC) por João Paulo II, a Congregação para a Doutrina da Fé, após quatro anos de estudo, a partir de novembro de 1974, ainda vivendo Paulo VI, escreveu, em 25 de fevereiro de 1978, um documento provisório e sub-secreto para ser usado pelas autoridades eclesiásticas competentes, intitulado: Normae S. Congregationis pro Doctrina Fidei de modo procedendi in diudicandis praesumptis apparitionibus ac revelationibus (Normas da S. Congregação para a Doutrina da Fé sobre Normas para proceder sobre o discernimento de possíveis aparições e revelações).
Estas Normas da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé foram tornadas públicas pela mesma Congregação em 2012, versando sobre o procedimento de verificação das aparições, como elencamos a seguir:
informações precisas dos fatos através da observação e coleta de testemunhos dignos de fé;
um exame sério da mensagem subjacente ao evento sobrenatural, que não devia estar em contraste com a fé cristã;
um diagnóstico médico-psicológico rigoroso para averiguar a saúde e normalidade do visionário, também para descartar a possibilidade de fenômenos alucinatórios;
conhecer o grau de instrução do vidente, seu conhecimento da doutrina, sua vida espiritual e sacramental, seu grau de comunhão eclesial;
verificação sobre a realidade dos frutos espirituais, como o retorno à fé do distante, a moralidade e a eclesialidade da existência, a cooperação na evangelização do mundo, das culturas e costumes;
determinar possíveis curas milagrosas, que são recebidas devido à aparência reivindicada, curas que devem ser imediatas e estáveis e que são inexplicáveis do ponto de vista da ciência e da medicina;
realização de um rigoroso julgamento necessário da igreja, que tem o grave dever pastoral de averiguar, autenticar e promulgar a autenticidade ou a não autenticidade dos fatos alegados.
O processo e as competências específicas daqueles que são gradualmente chamados a dar um juízo de autenticidade ou não aos fatos "sobrenaturais", são, portanto, bastante claros. E, de acordo com a experiência eclesiástica bem estabelecida e os ditames jurídico-pastorais emitidos pelo Código de Direito Canônico de 1978, são eles:
o bispo diocesano em primeira instância;
a Conferência Episcopal Nacional;
a Congregação para a Doutrina da Fé, em nome da Sé Apostólica.
Os critérios
O bispo diocesano, a Conferência Episcopal, a Congregação para a Doutrina da Fé, no processo de discernimento e verificação dos fatos alegados "além da natureza", procedem, portanto, com um triplo critério com julgamento relativo que resumimos:
1) o critério positivo, segundo o qual "transcendência é estabelecida", o que significa que o fenômeno em questão não pode ser explicado pelo recurso às ferramentas cognitivas de que dispomos (os instrumentos das ciências físicas e das ciências humanas) e ao mesmo tempo traz em si aquelas características que os crentes reconhecem como "impressões" e “sinais” do Deus de Jesus Cristo, constituindo assim uma manifestação inesperada, mas credível;
2) o critério negativo, segundo o qual "a não-transcendência" dos fatos alegados é estabelecida; o que significa que eles podem ser totalmente explicados recorrendo aos instrumentos cognitivos das ciências físicas e das ciências humanas e que a tentativa de fazê-los passar como uma manifestação sobrenatural e transcendente de Deus é equivalente a uma mentira explícita;
3) o critério de esperar e ver de acordo com o qual a "transcendência não é estabelecida"; o que significa que o fenômeno examinado ainda não destaca clara e indubitavelmente uma origem que vai "além" do que podemos explicar com as ferramentas cognitivas em nosso poder, ao mesmo tempo em que traz em si valores inspirados pela genuína mensagem evangélica . Este é um critério não expressamente contemplado no Código, mas considerado válido para muitos teólogos.
Memória, companhia e profecia
Com relação ao passado, as comissões eclesiásticas submetem os "videntes" a escrupulosos exames espirituais, tentando estabelecer "a verdade" de fenômenos extraordinários. Para este fim, eles são questionados e descrevem os eventos milagrosos; então os membros das comissões ouvem as testemunhas e, finalmente, procuram confirmações dos fenômenos, se o evento prolongado ainda permanece em um "campo de incerteza" (inaudível, inatingível, etc.), pede-se um relatório escrito por um especialista no assunto.
Contudo, não se pode deixar de acrescentar que as aparições marianas (ou mariofanias) são um fato inegável na história do povo crente, particularmente em algumas viradas decisivas de seu caminho não fácil para Deus. Elas expressam uma memória, manifestam uma companhia, anunciam uma profecia.
Memória, companhia e profecia, que são também características de autênticas mariofanias, nada acrescentam ao rigoroso e essencial depositum fidei, mas são como um olhar-se no “espelho” do Espírito, no qual o povo de Deus, na diversidade de seus carismas e ministérios pode redescobrir a graça e a substância da sua vocação em Cristo como sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano na martyria, na leiturghia, na caridade, num preciso e determinado tempo humano e histórico.
Fontes: Catechismo della chiesa cattolica, LEV, Città del Vaticano, 1997 (CCC), 85-87. / Congregazione per la dottrina della fede. Norme per procedere nel discernimento di presunte apparizioni e rivelazioni, LEV, Città del Vaticano, 2012. / K. Rahner, Visioni e profezie. Mistica ed esperienza della trascendenza, Vita e Pensiero, Milano 1995 (or. ted. 1952); R. Laurentin, Introduzione, in R. Laurentin – P. Sbalchiero (ed.), Dizionario delle «apparizioni» della Vergine Maria, Edizioni ART, Roma 2010, 19-55.